quinta-feira, 25 de agosto de 2011

A necessidade de responsabilizar os políticos. Opinião de Rainer Daehnhardt

Qualquer automobilista é responsabilizado pelas suas acções no trânsito. Um restaurante é responsabilizado pelo que serve à mesa. Um médico é responsabilizado pela sua conduta profissional.

Então, por que razão, nenhum político é responsabilizado pelos seus actos?

Instalou-se mundialmente um sistema de inatacabilidade religiosa em dois meios fortemente interligados, que são o financeiro e o político.

O pior que pode acontecer a um financeiro ou a um político é não ser reeleito para o seu cargo. As desgraças que as suas actuações causam a tanta gente são consideradas irrelevantes.

Isto está profundamente errado!

Procurar vestígios de corrupção, para ver se algum banqueiro ou governante acumulou fortunas pessoais de forma ilegal, é apenas um levantar de uma cortina de fumo, para não mostrar a verdadeira gravidade da situação. Os seus comportamentos devem ser vistos, individualmente, como as origens das feridas, que as suas acções causaram, com efeitos nefastos, ao povo e à pátria, que supostamente deviam defender.

Proponho que pessoas qualificadas "avaliem o desempenho" de todos os políticos, que ocuparam cargos no pós-25 de Abril de 1974.

Apoderaram-se de uma nação, que existia em harmonia desde da Ilha do Corvo até Macau.

O que fizeram dela?

Deve-se calcular, em números, os prejuízos, que suas actuações causaram, não apenas à metrópole, mas também aos povos ultramarinos.

Deve-se criar um escalão onde se atribua as percentagens de peso nas decisões, que correspondam a cada lugar governamental e por dia de ocupação.

De seguida, deve-se procurar saber quais foram as pessoas que ocuparam estes lugares e qual o montante de estragos por elas causados.

Logicamente, devem ser responsabilizados pessoalmente; a igualdade de direitos e deveres com todas as outras profissões a isto obriga.

Não existe fundamento lógico que justifique que os governantes não possam ser chamados à responsabilidade. Qualquer taxista, talhante, dentista ou educador é responsabilizado pelos seus actos.

Um julgamento público, devidamente transmitido pelos média, é suficiente para acabar com o assassinato da identidade nacional e conseguir o reestabelecimento imediato da soberania!

Qualquer um dos políticos responsabilizados devem ter direito de defesa e explicação do porquê das suas acções. A justiça e a ordem pública têm de prevalecer!

Se as suas acções forem consideradas justificáveis perante o povo e a pátria, será absolvido.

Se as suas acções forem causadoras de endividamento da nação, do empobrecimento (espiritual ou monetário) do povo, terá que tentar indemnizar a nação e o povo. Caso não tenha bens suficientes para fazer face ao peso dos danos, terão que responder todas as pessoas, firmas
(incluindo os seus accionistas), ou instituições, que lucraram com as suas decisões e responder dentro dos montantes por eles indevidamente recebidos, para que se reponha o estado da Nação ao nível da data da sua tomada de posse.

Este julgamento terá, como consequência imediata, a dissuasão do aparecimento de novos caçadores de fortunas fáceis na governação.

Isto, por sua vez, será a vassourada de limpeza ética que uma profissão (que devia ser merecedora de respeito) necessita urgentemente.

Quando o Dr. António de Oliveira Salazar assumiu a sua longa caminhada para tirar a pátria do endividamento estrangeiro e a criação de uma das mais fortes e respeitadas moedas então existentes, totalmente coberta por reserva de ouro, apenas pediu que lhe fosse pago o mesmo ordenado, que recebia, enquanto era professor da Universidade. Nunca aceitou mais um tostão. Nunca possuiu um grão de areia que fosse numa conta off-shore, nem desviou fortunas para familiares seus.

Um verdadeiro GOVERNANTE tem de ser RESPONSÁVEL pelas suas acções, como qualquer cidadão comum. Já assim era no tempo de Viriato e no futuro terá de o ser de novo!

Rainer Daehnhardt é um reconhecido pesquisador, nascido a 7 de Dezembro de 1941 e é descendente de uma família de diplomatas e militares alemães radicados em Portugal desde 1706. Estudou na Alemanha e em Portugal.
Vêr mais aqui: http://www.wook.pt/authors/detail/id/22155


quarta-feira, 3 de agosto de 2011

A Crise

Um homem vivia à beira de uma estrada e vendia cachorros-quentes.

Não tinha rádio, não tinha televisão e nem lia jornais, mas produzia e vendia os melhores cachorros-quentes da região.

Preocupava-se com a divulgação do seu negócio e colocava cartazes pela estrada, oferecia o seu produto em voz alta e o povo comprava e gostava.

As vendas foram aumentando e, cada vez mais ele comprava o melhor pão e as melhores salsichas.

Foi necessário também adquirir um fogão maior para atender a grande quantidade de fregueses.

O negócio prosperava...Os seus cachorros-quentes eram os melhores!

Com o dinheiro que ganhou conseguiu pagar uma boa escola ao filho.

O miúdo cresceu e foi estudar economia numa das melhores faculdades do país.

Finalmente, o filho já formado, voltou para casa, notou que o pai continuava com a vida de sempre, vendendo cachorros-quentes feitos com os melhores ingredientes e gastando dinheiro em cartazes, e teve uma séria conversa com o pai:

- Pai, não ouve rádio? Não vê televisão? Não lê os jornais? Há uma grande crise no mundo. A situação do nosso País é crítica. Há que economizar!

Depois de ouvir as considerações do filho doutor, o pai pensou:

Bem, se o meu filho que estudou Economia na melhor Faculdade, lê jornais, vê televisão e internet, e acha isto, então só pode ter razão!

Com medo da crise, o pai procurou um fornecedor de pão mais barato (e, é claro, pior).Começou a comprar salsichas mais baratas (que eram, também, piores).Para economizar, deixou de mandar fazer cartazes para colocar na estrada.Abatido pela notícia da crise já não oferecia o seu produto em voz alta.

Tomadas essas 'providências', as vendas começaram a cair e foram caindo, caindo até chegarem a níveis insuportáveis.

O negócio de cachorros-quentes do homem, que antes gerava recursos... faliu.

O pai, triste, disse ao filho:

- Estavas certo filho, nós estamos no meio de uma grande crise.

E comentou com os amigos, orgulhoso:

- 'Bendita a hora em que pus o meu filho a estudar economia, ele é que me avisou da crise...'

A verdade é que, vivemos num mundo contaminado pelas más noticias, e se não tomar-mos o devido cuidado, essas más noticias influenciar-nos-ão, ao ponto de nos tirarem a prosperidade.

Esta é a nossa realidade.

Por: Victor Vilas Pimenta

terça-feira, 2 de agosto de 2011

A democracia, como disse Curchill, sendo um mau regime é o melhor de todos

Claro que há políticos incompetentes e corruptos. Como também os há nos médicos, advogados, engenheiros, contabilistas, carpinteiros, soldadores, trolhas, etc.

Contudo, todos nós, dependemos dos políticos, seja nas democracias seja nas ditaduras. Nas democracias representativas, como a nossa e as de todo o Ocidente, além de dependermos dos políticos, dependemos dos partidos legalmente constituídos, que nos representam.


Transformar um juízo negativo que podemos fazer sobre este ou aquele político, sobre este ou aquele partido, numa determinada conjuntura específica, e transformar isso numa cruzada contra os políticos e, tácita ou explicitamente, contra os partidos, além de desajustado e injusto, é perigoso para a democracia.

E a Democracia, como disse Curchill, sendo um mau regime é o melhor de todos. É o único que fornece ao povo instrumentos que lhe permitem mudar o que está mal.

Recentemente, há pouco mais de um mês, mudamos o que estava mal. Não se compreende, porque não tem qualquer lógica nem razoabilidade, que, passado tão pouco tempo, se esteja a formar esta sanha persecutória contra o novo Governo e os novos políticos que o compõem.

Quando, passado o tempo devido, eles se portarem mal, mudamo-los!

As medidas que estão a tomar agora, são necessárias, normais em democracia, e são impostas pela crise financeira e política europeia e pelos 6 anos em que a democracia deixou o governo anterior funcionar, infelizmente de forma irresponsável e em regime de roda livre.

O povo e as instituições que o representam, deveriam ter impedido esta marcha para o abismo, muito mais cedo do que o fizeram.

Por: Toni Dinis