quarta-feira, 19 de setembro de 2012

Portugal, a Nacionalidade e os Desastres, por Manuel Maria Polainas Bolotinha

Já há algum tempo senti a necessidade de fazer esta reflexão, mas decidi aguardar para ver se o governo teria alguma medida concreta, eficaz e justa para que Portugal invertesse o ciclo de perda que atravessa. Ouvidas as palavras do primeiro ministro, creio ter chegado agora o momento de a passar a escrito.

Há cerca de 869 anos, com a assinatura do Trarado
de Zamora, no dia 5 de Outubro de 1143, D. Afonso Henriques, o primeiro dos grandes vultos da Portugalidade, deu origem à mais antiga das nações da Europa e a uma das mais velhas da história da humanidade. Ele e os seus descentes, com excepção da triste época de 1580 a 1640, expandiram a fé cristã, deram a conhecer ‘novos mundos ao mundo’ e afirmaram a grandeza, a genialidade, a arte, o engenho e o saber deste povo que não se quis conter na exiguidde do pequeno rectângulo que limitava a Nação.

Durante aproximadamente oito séculos Portugal prosperou, governado por gente preparada e instruída para servir o País, cuja única preocupação era o bem estar do povo e a grandeza da Nação.

Ironicamente, no mesmo dia em que se comemorava a fundação de Portugal, 767 anos depois, a carbonária e a maçonaria num acto de loucura e de desrespeito para com a Nação e os portugueses, já depois de terem cometido assassínio, deram origem a um dos maiores desastres que aconteceram na história de Portugal. Do tempo em se mantiveram no poder, entretidos em lutas intestinas e a delapidarem o património, deixam-nos o “heróico episódio” de triste memória de enviarem para os campos da Primeira Guerra Mundial o Corpo Expedicionário Português, mal preparado, mal armado e , sobretudo, abandonado. Jogavam com as vidas de quem deveriam defender, preocupados apenas com os seus interesses.

E se mais tarde a situação do país veio a conhecer alguma normalização, há 38 anos, a 25 de Abril, mais um nefasto desastre se abateu sobre a Nação Portuguesa; desse terrível desastre ainda hoje continuamos a sentir os efeitos e, infelizmente, não vemos quando tal possa vir a acabar.

Roubou-se e rouba-se, destruiram-se os campos, as empresas, a economia (e a saga continua e ampliada), promove-se o compadrio, os favores, a corrupção; perderam-se os valores e sobretudo o respeito, principalmente pela dignidade humana. Os únicos interesses considerados legítimos são os próprios.

Sob a podridão deste regíme floresceram e florescem os Soares, os Cavacos, os Guterres, os Sócrates, os Barrosos, os Lopes, os Coelhos, os Costas, os Varas, os Relvas, os Mexias, os Borges e outros malfeitores, que impunemente tecem as suas teias de torpes interesses e nelas se movimentam sem demonstrarem o mínimo de pudor.

Portugal viu-se obrigado a estender a mão à “caridade”, tendo-lhe sido imposto um “remédio” pior que a doença, que os factos se têm encarregue de comprovar ser ineficaz e mortal.

Dizem-nos com um orgulho injustificável que somos e temos que continuar a ser “bons alunos”; mas esquecem que os verdadeiros bons alunos são aqules que estudam, aprendem, pensam e agem em conformidade; os outros, os que cega e acriticamente seguem as receitas que lhes dão, não passam de copistas, e nunca farão obra consistente.

Com um governo de garotos, sem experiência de vida, ignorantes, incultos, e sobretudo sem ideias e sem saber, as previsões falham (o que qualquer aprendiz de economista já sabia que ia acontecer), a economia afunda-se, o desemprego e a miséria social aumentam, e as únicas soluções que implementam limitam-se a roubar o esforço dos que trabalham, não mostrando coragem, vontade e força para atacarem as mordomias, o despesismo, os interesses instalados; os lucros obtidos pela especulação financeira não são convenientemente taxados e os incumpridores são beneficiados com amnistias fiscais. Para o (des)governo apenas uma parte dos portugueses têm a obrigação de pagar e continuar a pagar. E pelas suas palavras assim iremos continuar.

Quando se orgulham da balança de pagamentos se estar a equilibrar, omitem deliberadamente que quase metade desse equilíbrio resulta da diminuição das importações. E elas diminuem, não porque tenha havido substituição por produtos nacionais, mas pelo facto de já nem dinheiro para comprar comida há. As empresas em Portugal por asfixia financeira e falta de mercado vão morrendo todos os dias às centenas.

Agora, Portugal só importa a fome, a miséria e a degradação social; em contrapartida exporta a sua massa cinzenta, que se formou à custa dos sacrifícios dos pagantes do costume.

Somos conhecidos por sermos um povo de ‘brandos costumes’, mas é chegado o momento de passarmos à acção para que Portugal não desapareça.

É a altura de se fazer sentir uma forte desobediência civil, até que o governo mude radicalmente de política, ou, preferencialmente, que se vá embora.
Escrito, retirado da página do seu autor: Manuel Maria Polainas Bolotinha

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