domingo, 9 de junho de 2019

O Pensador teve a sua génese, no museu de arte indigena do Dundo, Diamang


A escultura designada por Pensador é uma das mais belas estatuetas de origem tchokwe. 
Ela representa a figura de um ancião que pode ser uma mulher ou um homem.
Concebida simetricamente, com a face ligeiramente inclinada para baixo, exprime um subjectivismo intencional porque, em Angola, os idosos ocupam um estatuto privilegiado. Os mais velhos representam a sabedoria, a experiência de longos anos e o conhecimento dos segredos da vida.
O Pensador tem a seguinte origem no nordeste de Angola aonde existe o cesto de adivinhação, o ngombo, e o adivinhador usa pequenas figuras, esculpidas em madeira, as quais irão determinar a sorte do consulente. 
Curiosamente, foram estas figurinhas que vieram a inspirar a famosa figura nacional do Pensador.
As primeiras figuras do Pensador foram esculpidas nas oficinas do Museu do Dundo, ao final da década de 40 do século XX. 

Em 1947, por iniciativa da Diamang, a então Companhia dos Diamantes da Lunda, foi criado na povoação do Dundo um museu de arte tradicional e de colecções arqueológicas e etnográficas.
Funcionários da empresa, na maioria belgas e portugueses, contrataram artesãos locais e os incentivaram a esculpir na madeira, ou a modelar no barro, figuras que fossem genuinamente angolanas mas, ao mesmo tempo, que suas formas se aproximassem de uma estética que julgavam ser mais convencional no sentido ocidental.
Essa imagem é, hoje, uma figura emblemática de Angola, que aparece inclusive na filigrana das notas de kwanza, a moeda nacional. 
É considerada uma obra de arte nativa fidedignamente angolana

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