As Maldivas fazem parte de um grupo de países que pode, ainda
neste século, ganhar o status de “estado sem território”.
Assim como
acontece com outras nações insulares (Nauru, Tuvalu e Kiribati, entre
outras), as mudanças climáticas causadas pelo aquecimento global ameaçam
transformar o arquipélago, localizado no Oceano Índico, em uma mera
lembrança no globo terrestre.
Com altitude média de 1,5 metro, o país
irá simplesmente desaparecer se for confirmado o aumento do nível dos
oceanos em até um metro para o ano de 2100. A constante ameaça aos 350
mil habitantes das Maldivas é o retrato de como atitudes em certas
regiões do planeta possuem influência a milhares de quilómetros de
distância.
Com uma área de 298 quilómetros quadrados (aproximadamente cinco
vezes menor do que a da cidade de São Paulo) e com habitantes em pouco
mais de 200 de suas 1.192 ilhas, a República das Maldivas tem uma
participação pequena na questão do aquecimento global. Mesmo assim, o
governo local possui a meta de "zerar" as suas emissões de carbono até 2020.
São os gases do efeito estufa lançados por países altamente
industrializados os maiores responsáveis pelo aumento das temperaturas
anualmente e, junto com elas, do mar, que carrega cada vez mais gelo
transformado em líquido – no último século, o nível das marés subiu de
10 a 20 centímetros.
Mas não são apenas os moradores de ilhas que
sofrerão os efeitos das águas: cerca de 70% da população mundial vive em
áreas costeiras. Obviamente, quem vive em pequenos estados cercados por
um oceano tem muito mais a temer: apenas 1,5° C de elevação nas
temperaturas globais já é capaz de inundar essas nações.
Grande parte da população das Maldivas, no entanto, não parece
preocupada. Protegidos do mar por gigantescas estruturas de concreto –
soluções paliativas para os ataques do oceano Índico –, eles conduzem
sua vida como sempre fizeram. Pescam, rezam para Alá e torcem para que
seus descendentes tenham terra onde pisar. Para reverter tal situação,
temos muito mais a fazer deste lado de cá do mundo do que eles próprios.
E agora, têm no momento outra preocupação: o ex-presidente Mohamed
Nasheed acabou de renunciar - segundo ele, de maneira forçada, sob a
mira de uma arma - e quem está no comando é o vice, Mohamed Waheed
Hassan Manik.
Sem comentários:
Enviar um comentário