domingo, 19 de dezembro de 2010

Homem-sombra de Sócrates, á semelhança do "chefe", forja diploma de licenciatura

André Figueiredo, 33 anos, natural de Seia, o homem de confiança do primeiro-ministro que nos últimos tempos aparece em todos os casos quentes que envolvem os socialistas, desde a ‘Face Oculta’ às acusações de tráfico de influências nas eleições do PS-Coimbra, apresenta-se como advogado e jurista, mas um professor de Direito da Universidade Internacional da Figueira da Foz (UIFF) garante que o político não terá completado o curso.

André Figueiredo inscreveu-se em 1995 na UIFF e, meses antes de o estabelecimento de ensino ser encerrado pela tutela, em Novembro de 2009, pediu um certificado de habilitações. Mas, para completar a licenciatura, faltava-lhe a aprovação na cadeira de Estágio Curricular, correspondente a 200 horas numa instituição ou entidade, findas as quais teria de apresentar um relatório e fazer a respectiva defesa oral perante o professor.

Em Seia, aqueles que o viram crescer não têm sobre André Figueiredo as melhores opiniões.

"Não olha a meios para triturar os que lhe fazem frente", afirma um militante.

A vida política de André Figueiredo começou nos bancos da Escola Secundária de Seia, nas lutas estudantis, mas alinhado no PSD. Na altura, era, aliás, um grande admirador do actual Presidente da República. Mas quando emergiu Guterres e o seu exército da Beira Interior, Figueiredo mudou-se para o PS. Um trajecto em tudo semelhante ao de Sócrates, uns anos antes.

O secretário-geral do PS levou-o para Lisboa e, hoje, Figueiredo é o seu homem de confiança.

André Figueiredo entrou no PS pela mão de Eduardo Brito, ex-presidente da Câmara de Seia, mas nos últimos anos a relação entre os dois desgastou-se ao ponto de hoje não irem além de "um cumprimento de boa educação".

Eduardo Brito hesitou em fazer declarações sobre a relação política com o seu ex-discípulo, deixando, no entanto, a entender que muita coisa se terá passado.

"Politicamente esse senhor para mim não existe. Quero esquecer o que se passou. Ele não faz parte das minhas preocupações políticas", adiantou Eduardo Brito, que esteve 12 anos a liderar a autarquia de Seia e é presidente da Comissão Concelhia do PS.

Mais objectivo e contundente, em relação ao "carácter político" de André Figueiredo, é Fernando Cabral, ex-deputado na Assembleia da República e ex-presidente da Comissão Política Distrital da Guarda do PS.

"É uma pessoa insignificante e sem valor político e pessoal. Não tenho vontade nenhuma em falar desse senhor", referiu Fernando Cabral, adiantando:

"Tem uma ambição política desmedida e usa todos os métodos para a alimentar".

Este militante socialista acusa André Figueiredo de lhe ter "armadilhado" o percurso político à frente da distrital da Guarda.

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