sábado, 26 de fevereiro de 2011

Como quem ensina a catequese

Todos sabemos que a diplomacia e relações comerciais fluem em meandros mais ou menos acentuados, que todos compreendemos e aceitamos.

Mas ouvir este homem, repetidamente, perorar sobre a Tunísia e a Líbia com aquele ar de quem está a ensinar o padre-nosso na catequese ou a explicar às criancinhas que os bebés não vêm de Paris no bico de uma cegonha é patético e diz bem da conta em que este homem se tem e da conta em que este homem nos tem.

Luís Amado esforçava-se ontem por explicar ao rebanho que TODOS os países da União Europeia tinham negócios na Líbia. É verdade. Não me lembro é de ter ouvido alguma vez algum primeiro-ministro europeu fazer uma oração de sapiência por cada «Magalhães» vendido a Kadhaffi, ou explicar aos empresários dos seus países a importância estratégica e o radioso futuro de países como a Tunísia e a Líbia.

Mesmo porque na maioria dos outros países europeus os empresários não acham que têm um primeiro-ministro mentiroso ou cheio de «truques», como começa a ser banal ouvir em Portugal, recordemo-nos do ar piedoso de Alexandre Soares dos Santos (o «merceeiro», como lhe chamou alguma esquerda) ao referir-se a um homem que, para o bem e para o mal, ainda é nosso primeiro-ministro.

Uma lástima. Um embaraço, este Sócrates Pinto de Sousa.

Fonte: Nelson Reprezas no Espumadamente.

terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

A Revolução Cultural Maoista, em Portugal

A falta de alternativas políticas, a necessidade de os jornalistas produziram notícias chamativas, uma governação à vista e a desorientação geral face às dificuldades são factores que estão a desenvolver na sociedade portuguesa um ambiente de revolução cultural com os tiques que vimos na revolução cultural promovida por Mao na China.

De vez em quando elege-se um grupo culpado de todos os males, um grupo de contra-revolucionários burgueses, e é iniciada a perseguição. Um bom exemplo que ainda recentemente deu que falar é o número de deputados, como se o país pagasse a dívida soberana eliminando uma ou duas dúzias de lugares no parlamento. É evidente que ninguém se dá ao trabalho de fazer contas, inicia-se logo um processo de empalamento dos deputados, exibindo desde logo os que estão nas filas mais recuadas do hemiciclo. Ninguém se dá ao trabalho de reparar que há empresas municipais que nunca fizeram falta que gastam mais do que meio parlamento.

Há algum tempo o CDS contou as chefias da CP e promoveu o escândalo nacional das chefias, a partir de então criou-se a ideia de que em tudo o que é Estado há mais do que índios, políticos, comentadores e jornalistas passaram a dedicar-se a contar chefes. O governo aproveitou mais este tique maoista e o secretário de Estado da Administração Pública vestiu de imediato a farda de guarda vermelho e tornou-se no líder de mais este movimento purificador. Agora o objectivo é eliminar chefes, o objectivo é eliminá-los e enquanto isso não sucede deixam de se nomear ou reconduzir chefias. O resultado é que ainda antes de qualquer reestruturação no Estado milhares de técnicos qualificados já pediram a aposentação, vão ganhar tanto ou mais como aposentados do que ganhavam como chefes e o Estado perdeu alguns dos seus quadros mais qualificados. Daqui a um ou dois anos, quando esta vaga fundamentalista tiver passado, veremos muitos serviços públicos que foram decapitados durante esta revolução cultural a promover concursos porque ficaram sem quadros.

Se alguém parar para fazer contas depressa perceberá que o que dizem ter poupado não chega para pagar meio quilómetro da linha Poceirão-Caia, uma linha que não tirará um único cliente às companhias de low cost que voam entre Lisboa e Madrid, para compensar o custo de um décimo das borlas anunciadas por Sócrates para a sua nova auto-estrada em Trás-os-Montes ou para compensar a comparticipação do Estado na barragem do Tua que a troco de um aumento de 3% ou 4% da produção eléctrica vai destruir um dos locais com maior potencial turístico no norte do país, isto só para referir os projectos que foram notícia durante a semana passada.

E enquanto nós andamos armados em jovens guardas vermelhos a exibir as cabeças dos responsáveis por todos os nossos males, devidamente liderados por grandes líderes da revolução cultural como o Santana Castilho, secretário de Estado da Administração Pública, ou Jorge Lacão, ministro dos Assuntos Parlamentares, os grandes banqueiros e os administradores das grandes obras públicas vão esfregando as mãos de contentes porque enquanto os idiotas abraçam falsas causas eles vão beneficiando de chorudos apoios ao sitsema financeiro ou das obras públicas faraónicas que vão sendo lançadas.

Publicado no Jumento

segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

A Nova Lingua Portuguêsa

Desde que os americanos se lembraram de começar a chamar aos pretos 'afro-americanos', com vista a acabar com as raças por via gramatical, isto tem sido um fartote pegado!

As criadas dos anos 70 passaram a 'empregadas domésticas' e preparam-se agora para receber a menção de 'auxiliares de apoio doméstico' .

De igual modo, extinguiram-se nas escolas os 'contínuos' que passaram todos a 'auxiliares da acção educativa'.

Os vendedores de medicamentos, com alguma prosápia, tratam-se por 'delegados de informação médica'. E pelo mesmo processo transmudaram-se os caixeiros-viajantes em 'técnicos de vendas'.

O aborto eufemizou-se em 'interrupção voluntária da gravidez';
Os gangs étnicos são 'grupos de jovens'
Os operários fizeram-se de repente 'colaboradores';
As fábricas, essas, vistas de dentro são 'unidades produtivas'e vistas da estranja são 'centros de decisão nacionais'.

O analfabetismo desapareceu da crosta portuguesa, cedendo o passo à iliteracia' galopante.
Desapareceram dos comboios as 1.ª e 2.ª classes, para não ferir a susceptibilidade social das massas hierarquizadas, mas por imperscrutáveis necessidades de tesouraria continuam a cobrar-se preços distintos nas classes 'Conforto' e 'Turística'.

A Ágata, rainha do pimba, cantava chorosa: «Sou mãe solteira...» ; agora, se quiser acompanhar os novos tempos, deve alterar a letra da pungente melodia:
«Tenho uma família monoparental...» - eis o novo verso da cançoneta, se quiser fazer jus à modernidade impante.
Aquietadas pela televisão, já se não vêem por aí aos pinotes crianças irrequietas e «terroristas»; diz-se modernamente que têm um 'comportamento disfuncional hiperactivo'

Do mesmo modo, e para felicidade dos 'encarregados de educação' , os brilhantes programas escolares extinguiram os alunos cábulas; tais estudantes serão, quando muito, 'crianças de desenvolvimento instável'.
Ainda há cegos, infelizmente. Mas como a palavra fosse considerada desagradável e até aviltante, quem não vê é considerado 'invisual'. (O termo é gramaticalmente impróprio, como impróprio seria chamar inauditivos aos surdos - mas o 'politicamente correcto' marimba-se para as regras gramaticais...)

As putas passaram a ser 'senhoras de alterne'.
Para compor o ramalhete e se darem ares, as gentes cultas da praça desbocam-se em 'implementações', 'posturas pró-activas', 'políticas fracturantes' e outros barbarismos da linguagem.

E assim linguajamos o Português, vagueando perdidos entre a «correcção política» e o novo-riquismo linguístico. Estamos lixados com este 'novo português'; não admira que o pessoal tenha cada vez mais esgotamentos e stress. Já não se diz o que se pensa, tem de se pensar o que se diz de forma 'politicamente correcta', à excepção de que antes dizia-se 'estamos lixados' agora 'estamos fodidos porra

E falta, ainda, esclarecer que os tradicionais anões estão em vias de passar a 'cidadãos verticalmente desfavorecidos'...
Os idiotas e imbecis passam a designar-se por 'indivíduos com atitude não vinculativa'.
Os pretos passaram a ser pessoas de 'cor'.
O mongolismo passou a designar-se 'síndroma do cromossoma 21'.
Os gordos e os magros passaram a ser 'pessoas com disfunção alimentar'.
Os mentirosos passam a ser 'pessoas com muita imaginação'.
Os que fazem desfalques nas empresas e são descobertos são 'pessoas com grande visão empresarial, mas que estão rodeados de invejosos'.

Para autarcas e políticos, afirmar que eu tenho impunidade judicial, foi substituído por 'estar de consciência tranquila'.
O conceito de corrupção organizada foi substituído pela palavra 'sistema'.
Difícil, dramático, desastroso, congestionado, problemático, etc., passou a ser sinónimo de 'complicado'.

Texto, copiado de xptooo blogs sapo

domingo, 20 de fevereiro de 2011

Exigiu uma testado médico e foi viajar de avião? Portanto, atestado falso, logo, crime.

A noticia foi dada pela TVI 24, e a repercussão na imprensa escrita, foi, digamos, pífia.

Daí podermos tirar a conclusão, que esta imprensa dá cobertura a estes tipos, aos xuxas instalados no poder e que não querem largar o osso de maneira nenhuma, encobrindo assim os crimes praticados pelos boys.

Porque de um crime se tratou. Passou á frente de toda a gente, e exigiu que a médica, lhe passasse um atestado, para viajar. Logo, não está doente e portanto o atestado é falso.

Mas de um corrupto da dimensão deste Vara, o tal da "Face Oculta", tudo se pode esperar.

Não tem vergonha, não respeita ninguém é mentiroso, e julga que pode fazer o que bem lhe apetece, já que está protegido pelo boss, pelo padrinho do gangue, sua excelência o Pinócrates.

Entre muitos outros casos de compadrio patrocinados pelo Sócrates, lembro-me o do Manel dos corninhos, que foi afastado, para Nova York, aonde, segundo noticias, comprou um apartamento em Manhattan, e por lá está a "estudar"... pago pelo estado social destes, xuxialistas, com o dinheiro dos nossos impostos.

Agora, este Vara, deve estar igualmente a preparar-se para dar o salto...de vara. Pago com o dinheiro que é retirado aos pobres, ao povo, que é burro.

Ou pelo menos 30% desse povo, que continua a votar PS, e a apoiar estes bandalhos. Até quando?

Mas aqui deixo a noticia, com o pedido de que a divulguem, já que nos jornais, só o DN, até hoje, lhe dedicou atenção.

"Armando Vara provocou esta quinta-feira um escândalo num centro de saúde de Lisboa. O ex-ministro socialista apareceu de surpresa, passou à frente de todos os doentes e deu ordens a uma médica para lhe passar um atestado.

Um dos doentes apresentou uma reclamação. A responsável pelo centro de saúde pede desculpa, mas afirma que a responsabilidade foi toda de Armando Vara, que abusou dos seus direitos.


José Francisco Tavares, de 68 anos, reformado, com seis filhos. Dirigiu-se ao centro de saúde com um ataque de sinusite, como o estado recomenda, para não entupir as urgências hospitalares. Esperou quase uma hora pela consulta. Como os outros doentes, a maioria dos quais reformados sem pensões de reforma que lhes permitam recorrer à medicina privada, José Francisco ficou à espera... mas foi ultrapassado por um milionário, Armando Vara, que passou à frente de toda a gente.


A médica, surpreendida, ainda disse a Armando Vara que o não tinha chamado. Mas ele respondeu que estava cheio de pressa para apanhar um avião. E a médica que lhe passasse o atestado na hora. E conseguiu mesmo o que queria.

Enquanto estávamos em reportagem, a directora do centro de saúde contactou-nos. Aproveitámos para fazer a pergunta:

«Gostaria de saber se os amigos do primeiro-ministro, como o dr. Armando vara, têm direito de preferência nas consultas?»
«Não, senhor jornalista Carlos Enes. O senhor Armando Vara entrou aí como qualquer utente e passou à frente de toda a gente. Entrou no gabinete da médica sem avisar e sem que a médica percebesse que não estava na sua vez. Foi uma situação de abuso absolutamente inconfundível», respondeu Manuela Peleteiro.


José Francisco apresentou de imediato uma reclamação no livro amarelo. 24 horas depois, acompanhado pela TVI, foi recebido pela directora dos centros de saúde
O doente abusador, se não perdeu o avião, está no estrangeiro. A TVI tentou contactá-lo através do advogado, sem êxito."

quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

Radiações de telemóvel podem combater e reverter a doença de Alzheimer.

Eis o argumento que faltava a milhões de pessoas que passam horas a falar ao telemóvel: mais do que não fazer mal, a exposição às radiações de um telemóvel poderá ajudar a combater e até reverter a Doença de Alzheimer. Para já, a experiência foi feita em ratinhos de laboratório mas o grupo de investigadores da Florida acredita que os surpreendentes resultados têm “uma relevância considerável para os humanos”.

O trabalho da equipa do centro de investigação de Doença de Alzheimer da Florida envolveu 96 ratinhos que foram expostos às ondas electromagnéticas de alta frequência de telemóvel durante nove meses. As sessões de uma hora de exposição, duas vezes por dia, implicaram a criação de um cenário de radiação comparável com o que acontece num ouvido de uma pessoa.

Os cientistas não colocaram minúsculos auriculares nos animais nem ficaram a segurar telemóveis junto aos seus pequenos ouvidos. Os espaços onde os ratinhos se encontravam foram munidos de uma antena que emitia o sinal de um telemóvel, cada animal foi instalado à mesma distância da antena e exposto às mesmas ondas que são geradas por um aparelho encostado à cabeça de uma pessoa.

Da experiência resultou a primeira demonstração que uma exposição a longo prazo às radiações de um telemóvel pode proteger contra a doença de Alzheimer e até revertê-la. "Surpreendeu-nos que a exposição ao telemóvel, quando iniciada na idade adulta, protege a memória dos ratinhos que estavam destinados a desenvolver a doença de Alzheimer", realça Gary Arendash, o principal autor do artigo publicado na edição de Janeiro do "Journal of Alzheimer´s Disease". "Foi ainda mais surpreendente perceber que as ondas electromagnéticas dos telemóveis conseguiam mesmo reverter os danos na memória causados pela doença de Alzheimer em ratinhos velhos".

Todos os ratinhos beneficiaram com a experiência. Foram observadas melhorias na memória dos animais saudáveis, resistência à formação das placas de proteína beta amilóide que caracteriza a Doença de Alzheimer nos ratinhos geneticamente modificados para ficar doentes e os que já sofriam da doença neurodegenerativa melhoraram, verificando-se uma destruição de depósitos de beta amilóide.

Os cientistas notam que os benefícios demoraram alguns meses a ser notados e sugerem que um efeito semelhante em humanos poderia demorar anos. Actualmente, a equipa está a avaliar se diferentes cenários de frequências electromagnéticas e intensidade são capazes de produzir melhores e mais rápidos benefícios cognitivos. "Se conseguirmos determinar os melhores parâmetros electromagnéticos para prevenir a formação de placas de beta amilóide e remover os depósitos existentes desta proteína, esta tecnologia poderá ser rapidamente transferida para o benefício de humanos e contra a doença de Alzheimer", acredita Chuanhai Cao, outros dos investigadores envolvidos no estudo.

O facto de terem sido registadas melhorias nos animais normais que não sofriam de qualquer tipo de demência também será animador para os "viciados" nestes aparelhos. A explicação, referem os cientistas, poderá estar no aumento da actividade cerebral provocada pelas ondas electromagnéticas e que conseguem aumentar a circulação sanguínea no cérebro. "O nosso estudo demonstra que o uso prolongado de telemóvel não é prejudicial para o cérebro", confirma Cao. Conscientes da controvérsia à volta de um alegado prejuízo para a saúde causado pelos telemóveis, os cientistas realizaram autópsias aos animais e afirmam que não encontraram nada anormal no cérebro que pudesse indicar a formação de um cancro nem foram detectadas quaisquer alterações noutros órgãos como o fígado ou os pulmões.

No Publico de 07-10-2010 po Andrea Cunha Freitas

quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

Isabel Alçada - Mestria duvidosa!

Depois de um primeiro-ministro com uma licenciatura tirada a um domingo, o novo Governo do PS conta agora, também, com um Mestrado instantâneo.

Ostenta-o, precisamente, a ministra da educação, a ficcional Isabel Alçada.

A triste história conta-se em poucas linhas.

Nos idos da década de 80, a então lice...nciada em Filosofia concorria a um lugar de professora adjunta numa Escola Superior de Educação, mas para não perder o comboio das promoções, precisava de um Mestrado.

Solução rápida: frequentar na Universidade de Boston, durante dois curtos "msinhos," um curso de Verão de "Masters".

Com a proverbial ignorância dominante na máquina universitária, este "Masters" transformou-se facilmente num "Mestrado". E assim foi reconhecido oficialmente pelo Ministério da Educação, esse mesmo que Alçada agora tutela.

Nada disto seria grave se a notável ministra não tivesse a seu cargo a decisão final sobre licenciaturas, mestrados e doutoramentos alheios.

Com que moral julgará Alçada (que, a propósito, é Vilar de apelido, pois casada com o antigo ministro socialista Rui Vilar) quando um qualquer chico-esperto lhe exigir uma equivalência igual àquela com que foi socialisticamente bafejada?

Estado prepotente,burocrata e insensível

Publicado no Metro de 15 de Fevereiro

Como é que as Finanças podem leiloar um andar sem terem a certeza da situação e do estado da pessoa que foi penhorada e executada? Como é possível que haja quem autorize uma penhora a uma pessoa falecida? Que perversos mecanismos foram criados que levam a estas faltas de humanidade?

O lamentável caso conhecido na semana passada vem chamar a atenção sobre a forma de actuar das Finanças. Percebe-se que vigora a lei do menor esforço e, sempre, a presunção de que o contribuinte é culpado. O caso do leilão do andar penhorado com o cadáver da dona lá dentro, morta há oito anos, mostra uma única coisa – a prepotência do Estado e a irracionalidade do funcionamento da máquina fiscal.

O caso não é único. Todos infelizmente testemunhamos que, mesmo quando após o falecimento de um familiar são tomadas todas as providências (declaração do óbito às finanças, habilitação de herdeiros, etc), durante anos o falecido continua a receber cartas, algumas contendo ameaças de penhora sem que seja explícita a razão – muito menos quando é suposto que o Fisco saiba quem são os herdeiros e não os contacta, preferindo executar quem já não pode contactar a verificar quem devia, de facto, avisar.

Todo este caso é uma sucessão de mau funcionamento do Estado – das polícias que não ligaram ao que vizinhos e familiares diziam, dos tribunais que descartaram as investigações, do Fisco que não cuidou em sequer tentar perceber o que se passava. E tudo culminou nesse supremo requinte de insanidade e crueldade que foi leiloar um imóvel sem sequer haver o cuidado de antes o abrir e verificar.

Burocrata, arrogante, insensível, descuidado, prepotente – este é o retrato do Estado, um Estado para quem , cada vez mais, os cidadãos não têm direitos e são apenas devedores, culpados, incumpridores. A obsessão da receita fiscal mais fácil – cobrada aos mais fracos - dá nisto. E neste caso seria muito bom que se soubesse quem foi culpado de tudo o que aconteceu, nas várias etapas do caso.

segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

Parvos, que somos.

É um desespero viver neste país, com um primeiro ministro mitómano, autista, que julgo, está completamente desligado da realidade.

Não se sabe ao certo os motivos pelos quais a mitomania se manifesta. Primeiro, porque acarreta milhares de factores sócio-psicológicos da pessoa afectada e, segundo, porque enfatiza uma situação social, podendo, então, mostrar-se eventual dependendo das circunstâncias presentes na época em que o indivíduo está vivendo. Na maioria das vezes é por desejo de aceitação daqueles que o rodeiam.

A cura do indivíduo reside muitas vezes na implementação de um quadro de cuidados que associa o tratamento em meio psiquiátrico do problema subjacente a um acompanhamento psicoterapêutico. Tal acompanhamento torna-se a parte mais importante, sendo realizado pelas pessoas que rodeiam o mitómano e que o mesmo deveria requisitar para o ajudar. É importante nunca negar ao mesmo tal acompanhamento, sendo este a chave para a cura, até mais importante que um tratamento psiquiátrico.

O mais grave é que este sujeito, conseguiu enredar á sua volta uma falange de "yes men", que encenam toda e qualquer acção deste cretino. É claro que têem os media na sua folha de pagamentos, que publicitam todo o traque ou arroto que o engenheiro domingueiro dê.

Dai resultam episódios tipo o "congresso" montado na feira, e pomposamente chamado:
Congresso das Exportações, Santa Maria da Feira. Ridiculo.

Ainda estávamos a recuperar do coice, e PIMBA... levámos logo nas Tvs oficiais do partido xuxialista, com o Fórum \"Defender Portugal\", em Lisboa. Chiça, é demais...não há ânus que aguente.

Lendo a Sábado deparo-me com algumas ideias e opiniões, com as quais concordo plenamente, e por isso resolvi dar-lhes estampa aqui . Apreciem.

"Toda a gente chama mentiroso a Sócrates, pela simples razão de que ele o é de uma forma tão sistemática, tão estrutural, tão quotidiana que não há volta a dar. Mentiras documentadas, sem ambiguidades de interpretação. Já uma enorme maioria de portugueses o sabe, mas parece que no PS, só se descobriu agora. Chega sempre um tempo em que tudo o que sobe, cai".

José Pacheco Pereira, na Sábado

"Ao contrário do que pensa o primeiro ministro português, as razões não importam: o facto é que milhares de portugueses foram impedidos de votar nas eleições presidênciais, por causa de uma gigantesca demonstração de incompetência do governo.se a culpa foi de um computador, de um burocrata ou de ambos é irrelevante: o facto permanece e nada justifica ou desculpa".

Editorial da Sábado

"Na sua visão delirante do País, o primeiro ministro decidiu obrigar todos os reformados a acederem à Internet para obterem as suas declarações de rendimentos e poderem entregar os impressos de IRS. Quem não tiver net, fica á margem da lei".

Gonçalo Bordalo Pinheiro, na Sábado

"A música dos Deolinda, de Parva que sou, não provoca, apenas identifica. Se fosse em França, acabaria com um 'aux arms, citoyens',e já haveria automóveis a arder nas ruas. Não se deseja nenhuma revolução, mas, caramba, ninguém se mexe?"

Francisco Santos Guerreiro, na Sábado

Fontes: Sábado e Wikipédia

quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

Mário Crespo - OU NÓS, OU O PALHAÇO

Mário Crespo, escreveu este artigo em 2009 no JN.
Por ser actual, porque a palhaçada continua, aqui fica de novo.

O PALHAÇO

O palhaço compra empresas de alta tecnologia em Puerto Rico por milhões, vende-as em Marrocos por uma caixa de robalos e fica com o troco. E diz que não fez nada.

O palhaço compra acções não cotadas e num ano consegue que rendam 147,5 por cento. E acha bem.

O palhaço escuta as conversas dos outros e diz que está a ser escutado. O palhaço é um mentiroso.

O palhaço quer sempre maiorias. Absolutas. O palhaço é absoluto. O palhaço é quem nos faz abster. Ou votar em branco. Ou escrever no boletim de voto que não gostamos de palhaços.

O palhaço coloca notícias nos jornais. O palhaço torna-nos descrentes.

Um palhaço é igual a outro palhaço. E a outro. E são iguais entre si.

O palhaço mete medo. Porque está em todo o lado. E ataca sempre que pode. E ataca sempre que o mandam. Sempre às escondidas. Seja a dar pontapés nas costas de agricultores de milho transgénico seja a desviar as atenções para os ruídos de fundo. Seja a instaurar processos. Seja a arquivar processos. Porque o palhaço é só ruído de fundo.

Pagam-lhe para ser isso com fundos públicos. E ele vende-se por isso. Por qualquer preço. O palhaço é cobarde. É um cobarde impiedoso.

É sempre desalmado quando espuma ofensas ou quando tapa a cara e ataca agricultores. Depois diz que não fez nada. Ou pede desculpa. O palhaço não tem vergonha.

O palhaço está em comissões que tiram conclusões. Depois diz que não concluiu. E esconde-se atrás dos outros vociferando insultos.

O palhaço porta-se como um labrego no Parlamento, como um boçal nos conselhos de administração e é grosseiro nas entrevistas.

O palhaço está nas escolas a ensinar palhaçadas. E nos tribunais. Também. O palhaço não tem género. Por isso, para ele, o género não conta. Tem o género que o mandam ter. Ou que lhe convém. Por isso pode casar com qualquer género. E fingir que tem género. Ou que não o tem. O palhaço faz mal orçamentos. E depois rectifica-os. E diz que não dá dinheiro para desvarios. E depois dá. Porque o mandaram dar. E o palhaço cumpre. E o palhaço nacionaliza bancos e fica com o dinheiro dos depositantes. Mas deixa depositantes na rua. Sem dinheiro. A fazerem figura de palhaços pobres. O palhaço rouba. Dinheiro público. E quando se vê que roubou, quer que se diga que não roubou. Quer que se finja que não se viu nada.

Depois diz que quem viu o insulta. Porque viu o que não devia ver.

O palhaço é ruído de fundo que há-de acabar como todo o mal.

Mas antes ainda vai viabilizar orçamentos e centros comerciais em cima de reservas da natureza, ocupar bancos e construir comboios que ninguém quer.

Vai destruir estádios que construiu e que afinal ninguém queria.

E vai fazer muito barulho com as suas pandeiretas digitais saracoteando-se em palhaçadas por comissões parlamentares, comarcas, ordens, jornais, gabinetes e presidências, conselhos e igrejas, escolas e asilos, roubando e violando porque acha que o pode fazer.

Porque acha que é regimental e normal agredir violar e roubar.

E com isto o palhaço tem vindo a crescer e a ocupar espaço e a perder cada vez mais vergonha.

O palhaço é inimputável. Porque não lhe tem acontecido nada desde que conseguiu uma passagem administrativa ou aprendeu o inglês dos técnicos e se tornou político.

Este é o país do palhaço. Nós é que estamos a mais. E continuaremos a mais enquanto o deixarmos cá estar. A escolha é simples.

OU NÓS, OU O PALHAÇO.

Mário Crespo.

Jornal de Notícias, 14/12/2009

sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

O Estado vigarista...uppss, socialista.

Do Corta-fitas por José Mendonça da Cruz.

Amigo meu, recentemente desempregado e em difícil situação, inscreveu-se num Centro de Emprego (uma graçola, dessas que temos) para receber o subsídio. Um mês depois, recebeu uma carta informando-o de que o seu pedido seria indeferido. Porquê?

Porque «não tinha contrato de trabalho» ou «não estava em situação que lhe permita receber o subsídio». Os dois motivos eram falsos. E que tinha contrato, e que estava «em situação» eram coisas documentalmente provadas (e aceites) pelo Centro de Emprego.

Fácil de resolver, não é verdade?

Não, não é. Porquê?

Porque a carta que informava do futuro indeferimento lhe chegara á sua caixa de correio com estas "pequenas" nuances:

a) datada de, digamos, dia 10.

b) com data de expedição de 11.

c) pelo correio de dia 16.

d) estabelecendo um prazo de 5 dias para contestar.

e) não registada.

Os vigaristas têm estas artes de fechar saídas aos otários que acreditam neles.

O meu amigo resolveu o problema. Gastou tempo e deslocações que não deveria ter tido, e socorreu-se de um advogado que lhe resolveu o problema em 3 dias.

Passou a emergência. Mas ficou o retrato do nosso Estado, não apenas o Estado-pessoa-de-mal, mas o estado vigarista, propriamente. Que retira garantias aos cidadãos, quer cobrar depressa e até por antecipação, ou «por conta», como os vigaristas gostam de dizer. Mas que, na altura de pagar tal como obriga o contrato (que entretanto o vigarista foi alterando unilateralmente), inventa manobras dilatórias, falsos pretextos, truques alarves, para não pagar.

Deve ser o tal Estado «social» que os «social»istas gabam tanto.Arrecada quanto pode e dá, sobretudo aos seus.

quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

O Primeiro branco - Artigo de Mia Couto

SÁBADO, 29 JANEIRO 2011 00:00 Mia Couto
Os portugueses são o povo mais atrasado da Europa porque há séculos que se misturam com os negros. Quem o afirma é o jornal National Vanguard Tabloid, publicação oficial de uma organização inglesa que defende a "pureza da raça branca". É curioso que o editorial da publicação tenha escolhido Portugal como o exemplo dos malefícios da contribuição do "sangue negro" para as sociedades europeias e americanas. Racismo assim, às claras, é já muito pouco frequente. O caso é tão raro que vale a pena visitá-lo.

O jornal assenta a sua argumentação em "fatos históricos". Portugal recebeu os primeiros escravos negros em meados do século XV. Dezenas de anos depois, os negros já eram 10 por cento do total da população lisboeta. Essa percentagem viria a crescer para 13 por cento no século seguinte. A pergunta imediata é a seguinte: estes africanos que destino tiveram? Regressaram a África. A resposta é não. Eles foram absorvidos, misturaram-se do ponto de vista genético, social e cultural. Eles ajudaram a construir a Portugalidade. Introduziram valores e dados de cultura. A palavra minhoca é apenas uma de dezenas de outras marcas no domínio linguístico.

O autor de tal prosa racista do tal tablóide inglês não tem dúvida em identificar nesta mistura de raças e de culturas a razão daquilo que ele chama de "declínio da sociedade portuguesa. Passo a citar: Os portugueses eram, até então, uma raça altamente civilizada, imaginativa, inteligente e corajosa. Mas devido ao rápido crescimento da população negra e o correspondente declínio dos brancos (cujos machos estavam em viagem longe da Europa) todo esse património de pureza foi adulterado.

Falo deste caso como forma de reconhecer que os preconceitos rácicos são múltiplos e de múltiplas facetas. O mundo não obedece a uma fronteira simples que divide os racistas dos não racistas e que separa vítimas e culpados. Vale a pena, pois, continuar a citar as razões invocadas pelo "National Vanguard", para a chamada degradação da cultura e enfraquecimento da raça :

O que se vê hoje em Portugal é o resultado de uma mistura não selectiva e uniforme de 10 por cento de pretos e 90 por cento de brancos num todo o homogéneo. Trata-se de, facto, de uma nova raça - uma raça que estagnou na apatia e nada produziu de novo em 400 anos de História.
A culpa desta estagnação, segundo estes neonazis, reside na liberdade com os portugueses se "cruzaram" com os africanos. Isso resultou numa mudança profunda do carácter e da psicologia da nação lusitana. O "National Vanguard" não tem nenhuma dúvida ao afirmar: "os portugueses do século XVII e os dos séculos seguintes são duas raças diferentes".

Os articulistas advogam obviamente a favor da separação racial. Sociedades como a americana contiveram e contém uma percentagem considerável de negros. Mas essas "souberam" manter uma céptica fronteira entre os grupos raciais. Não houve cruzamento nem mestiçagens. Assim diz o jornal.
Foi essa separação que, segundo a racista publicação, ajudou a manter a capacidade de progresso em países como os Estados Unidos da América. E conclui: não existe evidência nenhuma que a integração dos negros e dos judeus tenham trazido alguma vantagem em qualquer parte do mundo.

Embora estas publicações sejam casos isolados e representem uma faixa desprezível da opinião pública, a verdade é que não é por acaso que o jornal escolheu Portugal como um caso paradigmático. Todos nos lembrarmos do que escreveu Kaulza de Arriaga, quando explicava as maiores capacidades dos europeus do Norte em relação aos do Sul. Os trópicos como evidência de degradação e desumanização é um estereótipo antigo. Essa atitude de arrogância não é sequer nova. Uma parte da Europa há muito que lança sobre Portugal um olhar distante e de superioridade racial. Portugal é, afinal, o país de Eusébio, de Ricardo Chibanga, de Sara Tavares.
Um episódio antigo ligado ao explorador britânico Livingstone ilustra bem como essa Europa olhava e olha para Portugal. Livinsgtone vangloriava-se ter sido o primeiro branco a atravessar a África Austral. Um dia alguém lhe chamou publicamente a atenção que isso não era verdade. Antes dele já o português Silva Porto tinha realizado tal travessia. Imperturbável, o inglês ripostou:
- Eu nunca disse que fui o primeiro homem a fazê-lo. Disse apenas que fui o primeiro branco.