sábado, 16 de maio de 2009

Mais impostos, a caminho

Se a crise acabar em 2010, cada contribuinte português terá de pagar cerca de 4 mil euros por conta do pacote anti crise lançado pelo governo de José Sócrates.
Isto sem o TGV, a terceira travessia do Tejo, obras megalómanas projectadas, faladas pelos senhores no poleiro.

Melhor dizendo, as acções anti crise, que o governo está a tomar, de uma forma populista e eleitoralista, agindo reactivamente, serão pagas, com o dinheiro da população activa Portuguêsa. Esta despesa não deverá ser cobrada de uma só vez, mas em prestações ao longo dos próximos anos sob a forma de mais impostos e de maior contenção na despesa.

Ou seja, aquela primeira factura da crise, medida através da derrapagem da dívida pública, irá reclamar mais de quatro meses de trabalho a cada português em idade activa, assumindo que o salário médio mensal individual ronda os 900 euros. Se as remunerações estagnarem e se o desemprego se aproximar de 10% da população activa, como estima a Comissão Europeia, a factura pesará mais. Os economistas concordam que os aumentos substanciais na dívida pública implicam uma maior carga fiscal para as gerações futuras.
É o que dizem João Ferreira do Amaral, professor de Economia do ISEG, ou Eduardo Catroga, ex-ministro das Finanças.

Vejamos então quais as acções, e intervenções anti crise do gabinete de Sócrates.
O primeiro rol de acções contra a crise anunciado pelo governo ultrapassa os 2 mil milhões de euros: são 670 milhões em medidas tomadas ao longo de 2008, que contemplam a redução da taxa máxima do Imposto Municipal sobre Imóveis, o aumento das deduções com a habitação em sede de IRS, a redução do IRC e a bonificação de crédito para as empresas mais pequenas, medidas de combate à pobreza, regularização das dívidas do Estado, aos quais se somam mais 1,35 mil milhões de euros repartidos pelo programa de modernização das escolas, pela promoção das energias renováveis, por investimentos em internet de banda larga, apoios às exportações, ao emprego e protecção social.

Esta é a separação por grandes áreas temáticas. Se o critério for sectorial, percebe-se, por exemplo, que o Estado reservou 200 milhões de euros, dos quais metade vem do Orçamento, para gerar um impacto de 900 milhões de euros no sector automóvel. O mesmo se passa com o têxtil e calçado: o impacto esperado é de 850 milhões.

Aos valores anunciados acrescem ainda as linhas de garantias do Estado aos bancos e as intervenções multimilionárias em casos bicudos, como o do BPN, nacionalizado, e o BPP, onde o Estado corre o risco de assumir os 450 milhões de euros do empréstimo concedido por um sindicato bancário com recurso a garantia pública.

O governo avançou ainda com o pacote de 150 milhões de euros de bonificação de crédito aos desempregados endividados pela compra de casa.
Fonte:Luís Reis Ribeiro,I.

3 comentários:

Leonoreta disse...

pah, andas muito sério! não podes ver a vida e a zoociedade 'tuguesa de uma forma tão dura!

deixa estar que a crise não passa em 2010 mas teremos de pagar na mesma.

mas olha lá.... achas que são mesmo só 4000 euros por cabeça?

Thaypan disse...

...pois a duvida é mesmo essa. Serão só, os tais 4.000 euros.
No fundo, tiram-nos tudo, e principalmente a dignidade.
Sem nos tocarem põem-nos de joelhos a pedir uma málga de sopa apara os nossos filhos...estão a abrir caminho ao aparecimento das madames, a distribuir sopa e roupa aos tadinhos dos pobrezinhos,que cheiram mal e elas, todas vapores, de Channel 5.
Mas como estamos em democracia?!?!?
tá tudo bem...o rebanho é manso.

Leonoreta disse...

:))))
nada te faz lembrar Maio de 1928?

acho que alguém disse que a história é cíclica... sobretudo quando um povo é tão monótono, de liso, como nós.