domingo, 31 de maio de 2009

Socialismo á Portuguesa.

Os sindicatos da Administração Pública estão preocupados com a situação de trabalhadores que estão há mais de uma década a falsos recibos verdes no Estado e que agora começam a receber cartas a cessar a prestação de serviços. De acordo com José Abraão, dirigente do Sintap, "o Estado está a livrar-se dos trabalhadores e a contratar empresas privadas". Entre Governo e autarquias, são mais de 16 mil pessoas a recibos verdes que correm o risco de ficar no desemprego.

Só nas autarquias, existiam em 2007 cerca de cinco mil trabalhadores em regime de prestação de serviços, 'a maioria a falsos recibos verdes', garante o Sintap. O Governo, que ergueu como bandeira o fim dos falsos recibos verdes, particularmente no Estado, tinha prometido a abertura de concursos para tentar integrar os trabalhadores em situação precária.

'Mas o que acontece é que o Estado e autarquias estão a optar por transferir serviços para empresas privadas, deixando os trabalhadores no desemprego. É imoral', refere José Abraão, que salienta que há casos de trabalhadores a recibos verdes 'há doze anos que agora ficam no desemprego'.

As empresas privadas que assumem a gestão de certas competências, 'particularmente no Ensino Superior', não têm nenhuma obrigação de contratar os funcionários que estavam a falsos recibos verdes, mas segundo apurou o CM, na pré-negociação e 'talvez por questões de consciência, contratam um ou dois'.

Segundo o Sintap, o número de recibos verdes na Administração Pública 'tem vindo a crescer', pelo que o número de funcionários em risco poderá ser bastante superior.

No CM.

sexta-feira, 29 de maio de 2009

Os Caça, Piratas Informáticos.

Um ex-agente da Polícia Judiciária dirige-se a uma loja de informática em Castelo Branco e faz-se passar por cliente, interessado em comprar material para uso pessoal. Faz a encomenda, mas nunca chega a levar o equipamento para casa: entrega-o ao olho clínico de um técnico de informática, que rapidamente descobre que o software da Microsoft instalado é ilegal.

Algumas providências cautelares e uma inspecção depois, o Tribunal de Castelo Branco ordena a apreensão de material e deixa a empresa em causa à beira do colapso: se a GrinTel for condenada, terá de pagar uma indemnização de 100 mil euros à Microsoft. No mínimo, vai à falência. E os seus responsáveis ainda se arriscam a ficar endividados para o resto da vida.

A forma engenhosa como a GrinTel decidiu aumentar os seus lucros é um dos ilícitos que estão no radar da secção de combate ao cibercrime da Polícia Judiciária (PJ). São 16 superagentes de uma equipa coordenada por Carlos Cabreiro e instalada em Lisboa. Investigam todo o tipo de crimes cometidos através de meios informáticos e foram treinados nos Estados Unidos pela Interpol e na Holanda pela Europol. São os polícias que nenhuma empresa com software pirata quer ouvir bater à porta.

Na secção de criminalidade informática da PJ entram crimes tão diversos como burlas informáticas e de telecomunicações, devassa da vida privada, pirataria de software, sabotagem ou acesso ilegítimo a redes informáticas. Por mês, são mais de meia centena de queixas, cujas pistas são seguidas pelos superagentes.

"Nesta secção só investigamos a contrafacção e a pirataria de software quando tem carácter organizado", explica Carlos Cabreiro, coordenador da equipa. Estes agentes não lhe vão perguntar se os CD que tem no carro são originais. Mas numa única operação podem desmantelar uma empresa que nas traseiras tem uma máquina de cópia em série de Windows Vista.

Só em 2007, dos processos que entraram na PJ perto de 600 seguiram com proposta de acusação para o Ministério Público, que depois verifica os indícios e decide se leva a julgamento. A equipa aguarda agora que a nova lei do cibercrime seja aprovada na Assembleia da República para perceber se será necessário aumentar o número de agentes.

"É uma área que desperta a atenção", reconhece Carlos Cabreiro, frisando que "será sempre o mercado a ditar se é necessário reforçar os elementos". O coordenador nunca se queixa da escassez de meios. Acredita que a equipa tem respondido bem ao cibercrime e que o problema não está na moldura legal, mas no sentimento de que a multa resolve tudo, algo que "perpassa noutro tipo de criminalidade".

Nunca a pirataria de software tinha provocado um estrago tão grande na economia portuguesa como em 2008. Segundo a Associação Portuguesa de Software (Assoft), atingiu-se um prejuízo de 190 milhões de euros (ver texto em baixo), para uma taxa de pirataria na ordem dos 52%. Os dados baseiam-se no novo relatório internacional da Business Software Alliance e da consultora IDC, a que o i teve acesso.

"As empresas de software têm sofrido uma razia grande. Há operadores a passarem-se para outros países", revela o presidente da Assoft, Manuel Cerqueira, constatando que várias fabricantes portuguesas estão a ser vítimas das cópias ilegais, embora multinacionais como a Microsoft e a Autodesk continuem a ser as mais prejudicadas. Adianta ainda que não são apenas as pequenas e médias empresas que caem na tentação de não pagar o software. E afirma também que há programas ilegais em vários ministérios, incluindo secretarias de Estado e direcções-gerais.

"O governo sabe o que tem em casa", sublinha o presidente, garantindo que a Autoridade de Segurança Alimentar e Económica (ASAE) até tem feito algumas fiscalizações, mas a evolução é lenta. Só em 2008, a ASAE e a IGAC (Inspecção-Geral de Actividades Culturais) fizeram perto de cinco mil operações de fiscalização. Foi um reforço em relação ao ano anterior, que voltará a ser sentido este ano. Mas Manuel Cerqueira é directo:

"Tudo se resume à formação e educação desde o berço." O presidente acredita que está nas mãos do governo diminuir a pirataria, enquanto a consciencialização cívica não produzir resultados.
Por, Ana Rita Guerra, Publicado, no I

quinta-feira, 28 de maio de 2009

Oh, Manela .... porquê no te callas....

Começo por ressalvar, que dou de barato, a mãozinha do governo PS.
Entre este, e a insuflada M. Guedes, que venha o diabo, e escolha. Não deixa no entanto, de ser intrigante, a opurtunidade, (eleições á porta), desta condenação????...que é o mesmo do que não fazer nada.
Mas vamos á noticia.

A Entidade Reguladora para a Comunicação Social (ERC) considera que as edições de sexta-feira do Jornal Nacional da TVI não respeitam “as normas éticas e legais aplicáveis à actividade jornalística”.

A deliberação foi hoje anunciada e tem por base a análise a sete peças emitidas por este espaço informativo do canal da Queluz, na sequência de 13 queixas apresentadas por telespectadores.

Em causa estão “a falta de rigor e isenção em peças jornalísticas que apresentam o primeiro-ministro ou outras pessoas ligadas ao Governo e ao PS como protagonistas”.

No documento hoje divulgado, a ERC considera que, após a análise feita aos conteúdos do Jornal Nacional apresentado por Manuela Moura Guedes, se verifica “a possibilidade de a TVI ter posto em causa o respeito pela presunção de inocência dos visados nas notícias”.

Além disso, o regulador invoca ainda que a estação não cumpriu alguns princípios do seu estatuto editorial, nomeadamente no que se refere às regras de “honestidade, isenção, imparcialidade, pluralismo, objectividade e rigor”.
Manuela Moura Guedes estranhou “estar a ter conhecimento dessa deliberação através de jornalistas”.

“Pelo que sei ainda nada nos foi comunicado oficialmente”.

Embora desconheça, por isso, os fundamentos da ERC, a jornalista lamenta que “Portugal esteja a bater no fundo em termos de liberdade de informação”.

A deliberação da ERC – que teve quatro votos a favor e um voto contra, do vogal do conselho regulador Luís Gonçalves da Silva – não contempla qualquer multa ou sanção à TVI , mas adverte a estação para a necessidade de “cumprir de forma mais rigorosa o dever de rigor e isenção jornalística”, sublinhando, nesse ponto, “o dever de demarcar claramente os factos da opinião”.

Estava a vêr que ninguém dizia nada. Aquilo, quando o Vasco Pulido Valente entra em cena, mais parece uma cena dos Marrêtas...para pior. Uma boneca insuflada que fala, e um boneco desarticulado, com dificuldades de expressão. Atroz. Obsceno.

Devia ter a bolinha encarnada no canto.

quarta-feira, 27 de maio de 2009

Branco e, sim, africano, ou ...can a white guy be African-American?

Paulo Serôdio, de 45 anos, nasceu em Moçambique, numa família portuguesa de três gerações em África.

Foi para os Estados Unidos, em 1984, naturalizou-se americano, casou, teve filhos e, já quarentão, decidiu tirar Medicina.

Queria trabalhar nos Médicos Sem Fronteiras, no continente onde nasceu.

Na Faculdade de Medicina de Nova Jérsei, em Newark, numa aula em que era pedido aos alunos que se definissem culturalmente, Serôdio respondeu:

"Afro-americano branco."

Uma colega negra insurgiu-se: aquilo era um insulto!

O professor ordenou-lhe que nunca mais se definisse assim.

Paulo Serôdio insistiu e foi suspenso da escola - há um processo judicial que corre sobre o assunto (li a história no site da cadeia televisiva americana ABC, alertado por um post, ontem, no blogue Blasfémias).

É uma história de ignorância. Do triângulo "africano, americano e branco" é claro que o que incomoda é a junção de africano com branco.

Se Paulo Serôdio quiser, serei sua testemunha. E levo uma longa lista de brancos que deram a vida, o trabalho e o amor pela sua pátria africana.

por Ferreira Fernandes, no DN Opinião de ontem,e aqui, a noticia em inglês.

terça-feira, 26 de maio de 2009

Eu Profiler. Faça o teste.

Se, nestas eleições europeias, não sabe em que partido votar, não conhece as propostas do partido em que pensa votar, ou gostaria de saber em quem votaria em qualquer dos 27 países da União Europeia (e ainda a Croácia, Suíça e Turquia), não hesite: clique em http://www.euprofiler.eu e tire as dúvidas a limpo. O resultado poderá ser surpreendente.

O site, desenvolvido pelo Instituto Universitário de Florença, com a colaboração de 130 politólogos daqueles países (dois portugueses) é, no dizer do seu responsável, o suíço Alexander Trechsel, o "maior instrumento de democracia electrónica do mundo", uma ferramenta inédita de "auxílio de voto" para eleitores indecisos, inexperientes, ou... simplesmente cansados.

Ao contrário de outros sistemas tipo voter advice application, o 'euprofiler' parte do cidadão, dos seus interesses e prioridades, acabando por traçar-lhe o perfil político no final de um questionário de 30 perguntas, das quais duas são de cariz nacional. É assim que, depois de 28 questões (comuns a todos os países) sobre temas tão variados como imigração, família, religião, segurança, trabalho, economia ou meio-ambiente, é perguntado ao eleitor português a opinião sobre a regionalização e os grandes investimentos como o TGV e o novo aeroporto, as duas questões consideradas como "mais fracturantes" em Portugal.

A partir daí, o sistema faz a correspondência com o partido que 'veste' essa pele - e são 300 os que foram incluídos. É então que pode ter surpresas, em Portugal e no resto da Europa. E pode até descobrir que, afinal, o partido que lhe 'corresponde' não é, necessariamente, aquele em que pensava ir votar.

O sistema demorou ano e meio a fazer, é gratuito, está traduzido em 24 línguas (incluindo o português) e destina-se aos 375 milhões de eleitores que entre 4 e 7 de Junho irão às urnas eleger os 736 deputados do Parlamento Europeu. Dos 300 partidos estudados, apenas 30 enviaram as suas próprias posições, depois confrontadas com a sua prática pelos politólogos.

O 'euprofiler' vai estar no ar até à véspera da data das eleições. Desde 23 de Abril, data de lançamento do sistema, acederam ao site mais de um milhão de visitantes, dos quais 30 mil portugueses. Destes, cerca de 15 mil preencheram o inquérito. Tente também!
Clique para aceder ao índicedo site oficial das ELEIÇÕES EUROPEIAS 2009

quinta-feira, 21 de maio de 2009

A Gordura, combate as doenças cardiovasculares

Os obesos correm o risco acrescido de ter doenças cardiovasculares mas também são os que, relativamente aos magros, sobrevivem melhor a essas patologias, revelou hoje o presidente da Fundação Portuguesa de Cardiologia, Manuel Carrageta, citando um estudo norte-americano.

O estudo, a cargo de médicos do Departamento de Prevenção e Reabilitação Cardíaca do Centro Médico Ochsner, em Nova Orleães, foi recentemente publicado na revista Jornal do Colégio Americano de Cardiologia, órgão do qual Manuel Carrageta é membro.

Em declarações à agência Lusa, o presidente da Federação Portuguesa de Cardiologia considerou a investigação "muito importante", já que "veio confirmar o que se suspeitava: que os obesos suportam melhor as doenças cardiovasculares do que os magros".

"A gordura acaba por dar ao organismo uma energia adicional que ajuda a combater a doença", explicou, adiantando que as patologias cardíacas "comportam-se de maneira diferente" nas pessoas magras e nas que têm excesso de peso.

Nos obesos, a doença cardíaca é uma "consequência" do excesso de peso e nos magros é "hereditária", precisou Manuel Carrageta.

O "facto novo" indicado pelo estudo, e também paradoxal, segundo o cardiologista, é que, apesar de a "obesidade ser um factor de risco muito forte das doenças cardiovasculares, de aumentar a probabilidade do aparecimento de todas as doenças cardíacas", quando a "pessoa obesa está doente, a doença do coração tem menos gravidade do que nos magros".

"As pessoas gordas que emagrecem um pouco, melhoram muito", sublinhou, acrescentando que a resposta ao tratamento é bem sucedida em todas as patologias cardiovasculares, como a insuficiência cardíaca, hipertensão, angina de peito, doenças vascular periférica e coronária.

Por isso, advogou o presidente da Federação Portuguesa de Cardiologia, os médicos não devem "culpabilizar, penalizar o doente por ser gordo" mas antes "aconselhá-lo a perder um pouco de peso".

O estudo permite "dar mais esperança ao doente" obeso, concluiu Manuel Carrageta, sustentando que "o optimismo ajuda a curar".

ER.Lusa/Fim

terça-feira, 19 de maio de 2009

Democracia Portuguesa, sem qualidade.


Portugal perdeu seis posições, de 2006 para 2008, no 'Democracy Index' feito pelos especialistas da revista 'The Economist'. Passou de 19.º lugar para 25.º. Entre os 27 países da União Europeia, Portugal encontra--se na segunda metade do pelotão. Na verdade, sem os países do alargamento, poderia ser considerado um dos com pior vivência democrática.

A democracia portuguesa está a perder qualidade. O Democracy Index mundial relativo a 2008 feito pela revista britânica The Economist revela que Portugal perdeu seis posições face ao mesmo relatório de 2006 (o documento tem periodicidade bianual). Agora está em 25.º lugar da tabela mundial (167 países no total). Em 2006 estava em 19.º.

O que fez Portugal baixar seis posições foi o item da "participação política" (que mede a participação popular nos actos eleitorais). A classificação (numa pontuação máxima de 10) era, em 2006, de 6,11, tendo baixado no Democracy Index de 2008 para 5,56.

O que poderá ter feito baixar esta avaliação da participação política foi o referendo à despenalização do aborto, realizado em Fevereiro de 2007. A abstenção - tal como em todos os outros referendos nacionais já realizados - foi superior a 50% (mais precisamente, 56,39%). Em todos os outros critérios (ver caixa em baixo) a avaliação portuguesa manteve-se inalterada.

No panorama dos 27 países da União Europeia, Portugal ocupa, no relatório de 2008, a 16ª posição. Dito de outra forma: está colocado na segunda metade do pelotão europeu, em termos de qualidade da democracia. No relatório de 2006, Portugal ocupava a 12ª posição, ou seja, estava na primeira metade do pelotão europeu. De 2006 para 2008, Portugal foi ultrapassado por países da União Europeia como o Reino Unida, a França, a Grécia e a Bélgica.

Atrás de Portugal, ainda em termos de UE-27, no relatório de 2008, encontram-se países como a Itália, os três Estados bálticos (Estónia, Letónia e Lituânia), a Hungria e a Polónia, além da Roménia e da Bulgária, nomeadamente. Dito de outra forma: com a excepção da Itália, só as democracias europeias dos chamados países do alargamento são consideradas piores do que Portugal. Numa UE sem os países de Leste que aderiram, Portugal arriscar-se-ia a ser considerado o de pior vivência democrática, ou um dos piores.A equipa do The Economist que preparou este relatório - a chamada Intelligence Unit - concluiu, sem nenhuma referência específica dedicada a Portugal, que se deu globalmente, de 2006 para 2008, uma "recessão democrática". Em 68 países houve regressão, em 56 evolução positiva e 43 mantiveram os seus scores.

Os especialistas da revista detectaram na Europa de Leste uma tendência para a qualidade da democracia regredir, o que se verificou em 19 dos 28 países desse bloco regional. Apenas num deles, a República Checa, os índices melhoraram. Em oito deles, mantiveram-se iguais. A recessão democrática global é explicada com a crise econó- mica, que fez despertar nalguns países fenómenos xenófobos anti-imigração.

O Democracy Index divide os países em "democracias plenas" (os 30 primeiros do ranking, entre os quais se encontra Portugal), "democracias imperfeitas" (do 31º lugar ao 80º, encontrando-se aqui nove países da UE), "regimes híbridos" (entre o 81.º e o 116.º) e "regimes autoritários" (do 117.º ao 167.º), entre os quais são colocados países como Angola (131.º lugar na tabela).

Entre os dez menos democráticos (ver tabelas em baixo) encontra-se uma ex-colónia portuguesa, a Guiné-Bissau. O mais jovem país do mundo, Timor-Leste, encontra-se em 47.º lugar. É, portanto, uma "democracia imperfeita".

João Pedro Henriques, no DN

segunda-feira, 18 de maio de 2009

A farda é parte do projecto pedagógico

Enquanto minissaias e decotes estão a ser proibidos em escolas públicas, directores, psicólogos e alunos falam dos prós e contras das fardas. Colégios defendem-nas enquanto projecto.

Saia plissada em xadrez verde, camiseiro branco ou pólo, meias verdes até ao joelho e sapatos de vela. As meninas do Colégio Mira Rio, em Lisboa, usam todos os dias a mesma roupa. Estão fardadas, mas diferenciam-se na cor do verniz, que vai do tom renda ao vermelho sangue; nas bijutarias, delicadas pérolas nas orelhas ou colares góticos com cruzes, e nas malas, de pele a imitar o design Channel ou mochilas no género montanha.

"A farda faz parte do nosso projecto pedagógico, compõe a disciplina de formação integral das alunas. Fomenta o asseio e a ordem, elimina a competição, agrega o grupo e representa a instituição", explica a directora do Colégio Mira Rio, Graça Carvalho, numa altura em que há polémica nas escolas públicas por restringirem o uso de decotes e minissaias entre os alunos.

A opção pela farda não é um critério para avaliar a democracia ou a disciplina numa escola segundo a psicóloga Teresa Mendes. "Ter ou não uniforme é uma opção que faz parte do projecto pedagógico de cada instituição. Uma escola não se torna mais democrática por não a usar. A farda denota autoridade e disciplina, mas isso não faz com que as escolas que a adoptem tenham melhores resultados no processo educativo", pontua a especialista do Gabinete de Psicologia e Pedagogia - Gapap.

Fundado há trinta anos por uma cooperativa de pais, o Colégio Mira Rio desde o início optou pela farda. Reduzir o gasto em roupas com os filhos, tornar o dia-a-dia mais prático e restringir o peso da vestimenta entre as alunas estão entre as razões que levaram a escola a adoptar o uniforme. "Com a farda não há exclusão pela roupa, elas preocupam-se menos com as marcas. Usar uniforme acaba por reforçar a personalidade delas porque se valorizam mais pelas suas ideias e atitudes", avalia Conceição Morão, mãe e professora no Mira Rio.

Carolina tem 17 anos, está no Mira Rio desde 2007 e gastou 200 euros para adquirir o uniforme completo. Já estudou em escolas públicas, onde não há fardas, e hoje não tem dúvidas sobre o que prefere. "Com a farda não nos distinguimos pelas roupas, aqui não damos valor às marcas e aos acessórios. Somos todas simples, mesmo a estudar numa escola privada. Nas escolas públicas que frequentei havia disputas pelos ténis, pelas calças", explica a estudante. Quando fardadas em locais públicos, as jovens sentem-se observadas, mas orgulham-se do traje. "Há pessoas da nossa idade que nos ridicularizam, outras que nos elogiam, em especial os mais velhos. Já me chamaram de 'clorofila', pelo verde da nossa farda, mas eu gosto, penso que é clássica. Mesmo em casa, muitas vezes uso farda", relata Isabel.

É o momento do intervalo no Liceu Francês, as cores variam, mas os estudantes parecem uniformizados: calças de ganga, tops ou T-shirts, as túnicas e os casacos de malha compridos estão em alta, e ténis de montanha. "A roupa é para expressar a personalidade, o nosso estilo é simples e original. Se houvesse fardas, não teríamos porque ter roupas", opina Ana Catarina.

"O abandono da farda é reflexo das mudanças históricas e culturais promovidas pelo Maio de 68 em Paris, a partir dessa data os estudantes portugueses também deixaram de usar fardas", explica a directora do Liceu Francês, Helena Costa Garon. "Os estudantes afirmam a sua identidade, exprimem-se através do vestuário. Não observo rivalidade em razão das marcas de roupas", sublinha.

A ausência do uniforme não elimina regras de vestuário no Liceu Francês. Nas meninas as saias e os decotes não podem ser exagerados, bem como os saltos e a maquilhagem. Nos rapazes é preciso atenção para que as calças não sejam muito descaídas, a mostrar as cuecas. Os estudantes devem estar sempre bem apresentados e com roupas confortáveis, orienta a psicóloga educacional. "As saias não podem ser muito curtas, nem os tops exagerados. Com ou sem fardas, os jovens diferenciam-se pelo uso dos acessórios, nas mochilas, nas bijutarias, nos ténis. Mantêm um padrão mas diferenciam-se e assim manifestam a sua personalidade", analisa Teresa Mendes. A selecção da roupa para os que não usam farda pode ser um momento rico em diálogo entre pais e filhos, sugere a psicóloga. "Na noite anterior podem escolher juntos, num momento intimista", diz.
Isadora Ataíde no JN.17.05.09

domingo, 17 de maio de 2009

A hipertensão, descobre-se, no olho...

O Dia Mundial da Hipertensão assinala-se hoje, 17 de Maio de 2009. Mais de três milhões de portugueses sofrem desta doença, que pode ser detectada precocemente pelos oftalmologistas através da observação directa dos vasos da retina.

A hipertensão arterial (HTA) é uma doença "silenciosa" e as alterações oftalmológicas podem ser as primeiras manifestações, devendo servir como alerta para o tratamento deste problema. Por isso, a Sociedade Portuguesa de Oftalmologia (SPO) considera "fundamental" que haja um trabalho de parceria com Sociedade Portuguesa de Hipertensão (SPH).

Mais de três milhões de portugueses sofrem de hipertensão, uma doença que pode ser detectada precocemente pelos oftalmologistas através da observação directa dos vasos da retina.

Em declarações à Lusa a propósito do Dia Mundial da Hipertensão , que se assinala amanhã, o presidente da SPO, António Travassos, defendeu a importância dos médicos desta especialidade estarem atentos para a hipertensão arterial, que pode ser detectada pela "observação directa dos vasos da retina".

"Quando a hipertensão arterial se instala, todo o sistema cardiovascular é atingido, mas só os vasos da retina permitem uma observação clínica directa", segundo a SPO.

Assim, os médicos que observam ou tratam doentes hipertensos devem valorizar o exame dos fundos oculares, mesmo que os doentes não apresentem sintomas de perda de visão.

António Travassos lembrou que a tensão arterial elevada é uma causa frequente de oclusões venosas da retina e pode contribuir para o agravamento de outras patologias oftalmológicas.

"A proximidade entre os médicos das diferentes especialidades permitirá tratar muito melhor os nossos doentes", conclui António Travassos.

O último estudo epidemiológico sobre hipertensão arterial, conduzido em 2008 por Mário Espiga de Macedo, indica que 46,5 por cento dos portugueses adultos sofrem deste problema.

Para assinalar o Dia Mundial da Hipertensão, a SPH promove um rastreio no Parque das Nações, em Lisboa, entre as 9h30 e as 16h00, local onde também distribuirá pão com quantidades mínimas de sal para chamar a atenção para a importância de hábitos alimentares saudáveis na prevenção da doença.

A SPH promoverá ainda na Maia - que este ano é a "Capital Nacional da hipertensão" - diversas actividades de sensibilização para importância da prevenção e tratamento deste problema, entre elas rastreios e aulas de culinária e de ginástica.

sábado, 16 de maio de 2009

Mais impostos, a caminho

Se a crise acabar em 2010, cada contribuinte português terá de pagar cerca de 4 mil euros por conta do pacote anti crise lançado pelo governo de José Sócrates.
Isto sem o TGV, a terceira travessia do Tejo, obras megalómanas projectadas, faladas pelos senhores no poleiro.

Melhor dizendo, as acções anti crise, que o governo está a tomar, de uma forma populista e eleitoralista, agindo reactivamente, serão pagas, com o dinheiro da população activa Portuguêsa. Esta despesa não deverá ser cobrada de uma só vez, mas em prestações ao longo dos próximos anos sob a forma de mais impostos e de maior contenção na despesa.

Ou seja, aquela primeira factura da crise, medida através da derrapagem da dívida pública, irá reclamar mais de quatro meses de trabalho a cada português em idade activa, assumindo que o salário médio mensal individual ronda os 900 euros. Se as remunerações estagnarem e se o desemprego se aproximar de 10% da população activa, como estima a Comissão Europeia, a factura pesará mais. Os economistas concordam que os aumentos substanciais na dívida pública implicam uma maior carga fiscal para as gerações futuras.
É o que dizem João Ferreira do Amaral, professor de Economia do ISEG, ou Eduardo Catroga, ex-ministro das Finanças.

Vejamos então quais as acções, e intervenções anti crise do gabinete de Sócrates.
O primeiro rol de acções contra a crise anunciado pelo governo ultrapassa os 2 mil milhões de euros: são 670 milhões em medidas tomadas ao longo de 2008, que contemplam a redução da taxa máxima do Imposto Municipal sobre Imóveis, o aumento das deduções com a habitação em sede de IRS, a redução do IRC e a bonificação de crédito para as empresas mais pequenas, medidas de combate à pobreza, regularização das dívidas do Estado, aos quais se somam mais 1,35 mil milhões de euros repartidos pelo programa de modernização das escolas, pela promoção das energias renováveis, por investimentos em internet de banda larga, apoios às exportações, ao emprego e protecção social.

Esta é a separação por grandes áreas temáticas. Se o critério for sectorial, percebe-se, por exemplo, que o Estado reservou 200 milhões de euros, dos quais metade vem do Orçamento, para gerar um impacto de 900 milhões de euros no sector automóvel. O mesmo se passa com o têxtil e calçado: o impacto esperado é de 850 milhões.

Aos valores anunciados acrescem ainda as linhas de garantias do Estado aos bancos e as intervenções multimilionárias em casos bicudos, como o do BPN, nacionalizado, e o BPP, onde o Estado corre o risco de assumir os 450 milhões de euros do empréstimo concedido por um sindicato bancário com recurso a garantia pública.

O governo avançou ainda com o pacote de 150 milhões de euros de bonificação de crédito aos desempregados endividados pela compra de casa.
Fonte:Luís Reis Ribeiro,I.

sexta-feira, 15 de maio de 2009

Prende....desprende.

Vangloriou-se na TV de ter participado nos tumultos,foi detido e a polícia encontrou na sua casa material para fazer engenhos incendiários e provas do seu envolvimento em 'carjackings'.
O juiz de instrução deixou-o em liberdade.

"Caiu muito mal", afirmou um alto quadro da PSP, a propósito da libertação pelo tribunal de Setúbal do jovem de 19 anos, suspeito de ser um dos principais instigadores da violência na Bela Vista.

O jovem, delinquente, que foi detido, quarta-feira, após ter dado uma entrevista à SIC, ficou sujeito a apresentações semanais na esquadra na PSP,mas fontes policiais, pretendiam ver aplicada uma medida de coacção mais severa, alegando "que esta podia ser uma oportunidade de diminuir o sentido de impunidade".

Fonte da PSP salienta que se estava perante "alguém que se tinha vangloriado dos seus actos na televisão e em casa de quem foi encontrado um cocktail molotov e outros artefactos para o fabrico de bombas incendiárias, bem como dois bilhetes de identidade de vítimas de assaltos por carjacking. Além de estar já referenciado em vários crimes violentos".

Além do que foi encontrado nas buscas domiciliárias efectuadas à sua residência no bairro azul da Bela Vista, a polícia terá entregue ao Ministério Público, que formulou as acusações, várias provas materiais do envolvimento do jovem no motim que ocorreu.

Entre as razões para libertar o jovem, o tribunal terá considerado que não existe o perigo de fuga, (?!?!?!?!?!), embora os agentes alertem para as suspeitas que recaem sobre este indivíduo, estando referenciado por "vários crimes graves", como definiu o comandante da PSP de Setúbal, Bastos Leitão, em que se inclui o roubo de viaturas pelo método de carjacking.

Espanto total. Mas é mesmo verdade? O Juíz libertou este criminoso?

Será que, se o individuo agora libertado, cometer mais crimes, roubar ou matar, o Juiz que o libertou vai sr responsabilizado ?

Qual será a motivação que as forças de segurança têm, para continuar a cumprir a sua missão depois de terem arriscado a sua vida para deter estes criminosos, e um qualquer juiz, IRRESPONSÀVEL, os libertarem????

O deboche, continua. Pobre País. Povo desgraçado.

Não se é Português, impunemente.

quinta-feira, 14 de maio de 2009

Liberdade, ameaçada, nas nossas escolas.

Na Escola Básica do 2.º e 3.º ciclos José Maria dos Santos, em Pinhal Novo, Palmela, os alunos estão proibidos de usar decotes exagerados, saias muito curtas e boxers à mostra. Sempre que o calor aperta, sobe o tom dos protestos.

"No ano passado trazia uma blusa mais curtinha e a barriga estava à mostra. Mas olhe que nem se via o umbigo! Tive de vestir o casaco de uma colega", desabafa Inês. Embora reconheça que algumas meninas abusavam, trazendo "saias que mais pareciam cintos", considera injusto. "Ainda se isto fosse uma escola privada daquelas que têm a ditadura dos uniformes...", atira, por sua vez, Adriano, na rebeldia dos seus 16 anos.

A medida também não colhe a simpatia dos pais. Alguns não concordam, outros esforçam-se por entender as razões do Conselho Executivo (CE). "Concordo assim-assim, mas compreendo. Havia excessos. Deve haver bom senso, mas se a minha filha (de 11 anos) não usar calções agora, vai usar quando?", questiona Maria Santos, mãe de uma aluna.

A proibição do uso de "calças de cintura descida, decotes exagerados, tops e mini-saias excessivamente curtas" foi decidida no ano lectivo 2004/2005, por deliberação da Assembleia de Escola, após duas situações que motivaram uma acesa discussão interna.

"Um professor veio ao Conselho Executivo dizer que se tinha sentido incomodado pelo facto de estar a dar uma aula e de ter, à sua frente, uma aluna com uma saia tão curta que se viam as cuequitas", explicou ao JN Natividade Azeredo, presidente do CE.

O outro caso aconteceu em plena euforia com o Euro 2004, quando um aluno surgiu na sala de aula todo pintado com as cores da bandeira. "A professora não estava a conseguir identificá-lo. Pedi ao aluno que fosse lavar a cara", esclareceu. Noutra ocasião, e já depois de aprovadas as restrições de vestuário, um aluno que almoçava no refeitório curvou-se e ficou com as calças a meio do rabo. Acabou por ser chamado à atenção pela responsável.

"Os exageros podem levar a uma falta de respeito entre alunos. Algum cuidado na forma de se apresentarem poderá contribuir para o apaziguamento de certas situações", argumenta Natividade Azeredo, referindo-se à descoberta da sexualidade dos alunos, aos toques e chamados "apalpões" dos meninos às meninas.

Natividade Azeredo é presidente do CE há 19 anos. Diz que não é conservadora, mas assume que é exigente. Os jardins da escola, sobrelotada, com 900 alunos, estão sob os cuidados de um jardineiro e ninguém estraga. As ruas entre pavilhões têm nomes. Não há rabiscos nas paredes e a escola tem médico às quartas-feiras.

Na foto junto, a sugestão. Uniforme tipo, para as alunas da Na Escola Básica do 2.º e 3.º ciclos José Maria dos Santos, no Pinhal Novo, Palmela.

quarta-feira, 13 de maio de 2009

Imigrantes - Redução de quota para não-comunitários

"O Governo vai reduzir o número de postos de trabalho para cidadãos não-comunitários devido à menor necessidade de mão-de-obra estrangeira,mas garante que este número não é um "tecto de ferro fixado" para sempre.

Em declarações à Agência Lusa, o secretário de Estado Adjunto e da Administração Interna, José Magalhães, reiterou que Portugal "não aplica um sistema de quotas", antes, e "desde 2007, um contingente global flexível que é actualizado todos os anos e que é variável segundo as necessidades da mão-de-obra".

"Esta fixação [do número de postos de trabalho] não é um 'tecto de ferro' que é fixado para sempre. Acho espantoso que haja quem trave este debate como se quiséssemos estabelecer uma quota de ferro, nem sequer consagrada na lei", afirmou.

José Magalhães frisou que a fixação do contingente "não se faz a toa", faz-se com "muita atenção à evolução do mercado de trabalho e nos termos da nova Lei de Imigração".

A visão do secretário de Estado é contrariada pelas associações de imigrantes, sindicatos e organizações ligadas à Igreja, segundo as quais a intenção do Governo é "proteccionista", "imoral", "incoerente" e "preocupante".

Para o director da Obra Católica Portuguesa das Migrações, Frei Francisco Sales, trata-se de "uma medida populista, que nada resolve e nada tem a ver com a realidade", lamentando que em tempos de crise "se faça dos emigrantes bodes expiatórios".

Opinião partilhada pelo vice-presidente da Casa de Angola, para quem "se lá fora se fizesse o mesmo com os portugueses caía o Carmo e a Trindade".

Jaime Araújo lembrou também que esta medida "não cai bem" quando Portugal tenta investir e reforçar os laços com a comunidade lusófona."

Seria interessante, que se ouvisse a maioria da população portuguesa, sobretudo os desempregados, sobre esta matéria.

Tenho a certeza de que a grande maioria, se pronunciaria a favor desta medida, ou seja, a redução de cotas de imigrantes, leia-se trabalhadores, não comunitários.

Os trabalhadores visados nesta lei, são competidores desleais, para a polpulação trabalhadora nacional, e que no momento atinge o maior numero de desempregados, como há mais de trinta e cinco anos, não se verificava.

Começa logo, porque, esses trabalhadores, aceitam qualquer ordenado que lhes ofereçam. Depois, não são inscritos na Segurança Social, e passam ao lado das exigências dos direitos a que têm direito, subsídios, saúde e outros apoios, que de certeza os cidadãos nacionais exigem. E por isso, estes, são incómodos e não "empregáveis".

Todos os argumentos apresentados contra esta medida, são lesivos da população Portuguesa, que quer trabalhar, e não consegue encontrar um trabalho digno, que na maior parte das vezes é mal remunerado.

Mas, mais vale ter mau hálito, do que não ter hálito nenhum. Daí sujeitarem-se aos empregos temporários a recibo verde, e outras formas, degradantes, e lesivas dos direitos do cidadão nacional, que é atirado para o desemprego, enquanto que os poucos postos de trabalho disponíveis, vão para esse exército invasor, de imigrantes, não comunitários.

Os empregadores, querem é mão de obra barata, e que seja fácil de descartar, então, recorrerem a essa mão de obra barata, deixando de lado a solidariedade Nacional, a preocupação com os milhares de desempregados Portugueses, que no seu país, não encontram meios de subsistência, para si e para a sua familia.

terça-feira, 12 de maio de 2009

And...pig's flu!!!

Once, somebody said that a black man would be president when pigs fly. Well…it happened. And…pig's flu!!!!

segunda-feira, 11 de maio de 2009

A mentira de Dias Loureiro

O Expresso colocou em 'manchete' há três meses que Dias Loureiro tinha mentido à Comissão Parlamentar de Inquérito. Agora, veio ele dizer que não mentiu, apenas se esqueceu. Acreditaremos?

Conheço Dias Loureiro, acho-o um homem muito simpático e encantador. Quero crer que o que fez terá sido sem consciência de estar a prejudicar alguém. Mas estas considerações pessoais não vêm propriamente ao caso.

O que vem ao caso é o facto de Dias Loureiro ter afirmado que nunca mentiu à Comissão Parlamentar de Inquérito.

Como se sabe, afirmámos que ele mentiu numa manchete do Expresso, no dia 14 de Fevereiro. Não o fizemos de ânimo leve; discutimos demoradamente se teríamos provas suficientes para o escrever e acabámos por optar por esse título, uma vez que as provas eram concludentes.

Na primeira audição, Dias Loureiro disse que nunca tinha ouvido falar de um Fundo (o Excellence Assets Fund) de que há documentos por ele assinados e referiu que tinha participado remotamente num negócio de que afinal foi figura central. Não se tratou de um lapso de memória. Foi uma negação absoluta.

Loureiro começou por contar que teve apenas uma participação muito ténue num negócio ruinoso em Porto Rico: "Quanto ao negócio em si não tive nada a ver com ele" - disse. Mas esta semana, três meses depois de o Expresso ter feito referência aos documentos que o envolvem, o conselheiro de Estado reformulou totalmente a sua participação. Desta vez, confirmou o que já era óbvio e estava provado: que teve intervenção no início do negócio e que participou no seu desfecho. Quanto ao resto, diz agora que assinou de cruz.

Por isso, quando Dias Loureiro se afirma indignado com as acusações de ter mentido, devia ter um pouco mais de humildade.

Na verdade, ele mentiu.

Nos dicionários, mentir é ser falso, é enganar, faltar à verdade, e isso Dias Loureiro fê-lo - sem qualquer dúvida, confirmado pelo próprio.

Pode argumentar que o fez inadvertidamente, sem consciência, por mero esquecimento. Mas - e Deus me perdoe se estou errado - mesmo disso eu duvido.

A menos que Loureiro tenha ido da primeira vez à Comissão como quem vai para uma esplanada beber café, sem se ter preparado, o que seria deveras surpreendente. Sem ter feito, nos dias anteriores, um esforço para se recordar dos factos.

A menos, também, que se acredite que ele assina de cruz papéis que valem cerca de 70 milhões de dólares. Por amor de Deus! Mas alguém crê que um homem com a sua preparação chega a este cúmulo de irresponsabilidade? Eu não!

Lamento profundamente escrever estas linhas. Não me agrada acusar ninguém. E até gosto de Dias Loureiro, mas gosto muito mais da verdade!

Henrique Monteiro, no Expresso

Vitela á solta, nas ruas de LIsboa

Através da Lusa, soubemos ontem que, uma vitela com pelo menos 80 quilos foi perseguida por viaturas da PSP desde a Pontinha até ao Campo Pequeno, aonde o animal foi finalmente imobilizado, declarou fonte do Comando Metropolitano de Lisboa.

Ficámos ainda a saber, que de acordo com o oficial de dia da Polícia de Segurança Pública, o animal estava a ser perseguido por duas viaturas da PSP desde a Pontinha, mas foram necessárias mais três para o bloquear cerca das 12:50 na parte de trás do Campo Pequeno, em Lisboa.

Segundo a mesma fonte, duas das viaturas "sofreram alguns danos", tendo o animal sido posteriormente transportado numa carrinha de caixa aberta para o canil municipal.

A PSP está a tentar apurar a origem da vitela, com um peso estimado "entre os 80 e os 100 quilos".

Para mim não constitui novidade por aí além. Vacas, e vitelas, sempre as houve nas ruas de Lisboa. O que me espanta, é a quantidade de forças de segurança pública, utilizadas para apanhar a dita fugitiva.

Tudo ficou mais claro na minha cabeça, ao ver a foto, que junto, em cima á esquerda, da vitima.

É obra, foi preciso a junção dos tripulantes de cinco viaturas, do comando de Lisboa da PSP, para enfardarem, oitenta quilos de beef, tenrinho.

Só não indicaram se o enfardamento, foi acompanhado com tinto ou branco.

domingo, 10 de maio de 2009

O regabofe continua....

O discurso de Maria Elisa,candidata do PS, ás Europeias, e ás autárquicas no Porto, revelam o descontrole, que vai ali para os lados do P.S.

Já se julgam os donos cá do quintal. Dizem e fazem o que lhes dá na "real" gana, sem se importarem com, ética, respeito, verdade.

É o regabofe total.

Eis algumas pérolas, desta indefectível apoiante de Pinto da Costa, e do seu, dele, fê cê pê.

"Vou só dar o nome e volto", garante, Elisa Ferreira.
Quiz dizer...vou ali picar o ponto, sacar mais uns "cobres", trabalhar para a minha reforma milionária, e vocês, continuem a...pagar a crise.

"Sinceramente, eu quero vir para o Porto. Quero-vos pedir que me ajudem a conquistar a Câmara do Porto. O meu objectivo é sair de onde estou e trabalhar para a cidade"
Quiz dizer...aquilo lá em Bruxelas, é una seca, mas tenho que lá ir fazer as compras de verão, e depois volto.

Diz mais, Elisa Ferreira sobre o trabalho de Rui Rio nos bairros sociais:
“Pintaram os bairros, mas esqueceram-se de vos dizer que o dinheiro é do Estado, é do PS”

Como é ?!?!?!...do estado???? do P.S.????
Ou seja, na cabeça daquela "dondoca", o partido, o P.S., é o estado ?!?!?!? ...

Será que esta gente não tem vergonha ?...Será que esta gente está no seu prefeito juízo ?...Será que esta escumalha, que se diz socialista, pensa que nós somos uma cambada de atrasados mentais...?????

Até Quando ???????

Realmente, não se é Português impunemente.

sexta-feira, 8 de maio de 2009

Gripe Suína,Gripe Mexican,Gripe A - Outra teoria da conspiração????



Maria da Fonte. Precisa-se!

"Um grupo de clientes ocupou, ontem, a sede do BPP no Porto exigindo uma solução para o banco e a devolução dos depósitos. As garantias da administração foram consideradas insuficientes e a ocupação manteve-se.
No JN, de Hoje

Um grupo de pessoas lançou na noite de quinta-feira dois "cocktails molotov" contra carrinhas do Corpo de Intervenção da PSP, que se encontra de prevenção no Bairro da Bela Vista, em Setúbal, disse fonte policial.
No DN de Hoje

Serão estes, prenuncios de um levantamento popular???

Embora de sinais contrários,- ou seja, um grupo revolta-se porque é roubado pelo banco, o outro ataca a policia, porque esta, no cumprimento dos seus deveres, alvejou e matou, um assaltante,- não deixam de ser preocupantes, e reflectir, sobretudo, o desgoverno em que se encontra este país.

Mais preocupados em capitalizar, via finanças, coimas, penhoras, e em reforçar o capital dos bancos de forma a evitar a falência dos mesmos, tudo isto com o nosso dinheiro, estes indivíduos que estão no poleiro, adoptam uma atitude corporativista e autista.

Os pobres que paguem a crise.

Estamos a precisar de uma nova Maria da Fonte.

(Maria da Fonte, ou Revolução do Minho, é o nome dado a uma revolta popular ocorrida na primavera de 1846).

quinta-feira, 7 de maio de 2009

Portugal, em mais uma lista negra.

Segundo leio no Económico, o GRECO - Grupo de Estados Contra a Corrupção -, organismo dependente do Conselho da Europa, colocará Portugal na lista de países com leis de financiamento partidário “amigas” da corrupção.

Falamos da lei que permite aos partidos receberem até um milhão de euros em dinheiro vivo, montante que estava limitado, até agora, aos 20 mil euros.

Ainda segundo o blog, a GRECO estará em Portugal para avaliar este modelo de financiamento. Como por lá é ainda referido, uma nota negativa desta organização será ainda mais perniciosa para o país do que muitas previsões económicas de Bruxelas: aqui, o que está em causa é a qualidade da própria Democracia.

Certo é que, com quase toda a certeza, os partidos portugueses - pelo menos os que mantêm acesso ao Parlamento - recusar-se-ão a modificações que impliquem o abaixamento do valor. Afinal, dinheiro vivo é algo que lhes faz muita falta. O dinheiro, mesmo estando vivo, não fala, não responde a perguntas.

Ainda gostaria de saber se existe alguma obrigação de divulgação acerca de onde vem esse dinheiro, de que forma e o que se fez com ele.

Tom Henning! O clone, norueguês de Lucilio Batista.

Nem Drogba, nem Messi. Nem Lampard, nem Eto'o. Tom Henning!

Este, sim, foi a grande figura da segunda mão das meias-finais da Liga dos Campeões. O árbitro norueguês há-de ser tão, ou mais recordado do que o golo de Iniesta no terceiro minuto dos "descontos", no remate que salvou o Barcelona e que deixou o Chelsea de rastos.

Afinal , não é só cá no burgo, que estes senhores, chamados de "juízes", metem a mão, e adulteram os resultados a seu bel prazer...ou a bel prazer de quem lhes dá mais...
Foi uma vergonha, e podemos dizer, uma grande injustiça para o Chelsea.
Também se pode argumentar, que o Chelsea devia ter feito mais no jogo em Barcelona.
Mas ser sonegado, em quatro penalidades, claras, deixa qualquer um de cabelos em pé.

O norueguês, no fim ainda me trouxe á memória, aquela célebre corrida, de marcha a trás, feita pelo árbitro (????) José Pratas, a fugir dos jogadores do FC Porto e o presidente portista a rezar ajoelhado no relvado de Coimbra, na época 1990/91 (09/09/92), na finalíssima da Supertaça de Portugal, quando o Ballack, não sei se estava a falar em alemão ou norueguês, se "mandou" ao artista norueguês, qual Pedro Silva a peitar o Lucilio, na passada final da taça da liga.

Não pode ser só incompetência. Ali houve mão, de ladrão....ali...como aqui.

P.S. A tudo isto assistiram vários dirigentes do futebol português: Rui Costa e Filipe Vieira, pelo Benfica; Ribeiro Teles e Rita Figueira, pelo Sporting.
Mas só Pinto da Costa esteve na tribuna VIP, ao lado de Carlos Queiroz. O presidente do F. C. Porto e Fernando Gomes, administrador da SAD portista, tinham já sido os únicos representantes do futebol português no lanche oferecido pelo Chelsea, para o qual foram apenas convidados, além dos portistas, o seleccionador de Inglaterra, Fabio Capello, o Manchester United e o Real Madrid.

quarta-feira, 6 de maio de 2009

Oh,Pinho!...Porqué no te callas????

"O que eu creio é que Paulo Rangel tem de comer muita papa Maizena para chegar aos calcanhares do Dr. Basílio Horta", afirmou Manuel Pinho aos jornalistas em Ponte de Lima, durante a apresentação da nova linha de apoio para o Turismo.

O douto ministro, Manuel Pinho, é farto em disparates. Desde saltar simiescamente, num dos camarotes do estádio da luz, ao lado do impoluto presidente do seu benfica, perdendo toda a compustura que um homem de estado deve ter,especializou-se em "disparar", atoardas, senão meias verdades, sobre assuntos da maior seriedade, a par com provocações a raiarem o insulto, dirigidas aos seus adversários políticos.

Sempre achei que apesar de tudo, os altos dirigentes públicos estavam acima deste tipo de "bocas" foleiras, grosseiras, e de mau gosto, mas mais uma vez enganei-me. Realmente, estes ministros, políticos, não passam de pessoas com baixo nível e muito pouca educação. A politica no seu pior !

O triste fado Português

Os portugueses são dos cidadãos mais tristes e desmotivados da Europa e só os povos de leste da Hungria e Bulgária têm valores semelhantes. Tudo isto porque Portugal já foi, em termos de crescimento, ultrapassado por todos os países da Europa, segundo o britânico The Economist.

De acordo com uma sondagem publicada, ontem, no jornal inglês The Economist, 92 por cento dos portugueses vêem a situação económica como má, 95 por cento estão deprimidos e mais de metade estão descontentes com a vida que levam.

Portugal não sentiu um “boom” económico como aconteceu em Espanha e na Irlanda mas existem algumas razões para estar mais animado. Os exportadores portugueses estão a apostar em novos mercados com especial incidência em Angola, onde um crescimento por ano superior a 10 por cento garante aos investidores portugueses boas perspectivas de negócio.

Além disso, a maioria das instituições financeiras portuguesas evitou activos tóxicos o que lhes permite agora não estar dependente de apoios do Estado.

Por último, Portugal está na vanguarda da produção de energias renováveis. Investimentos na ordem dos 14 mil milhões de euros vão criar 22 mil empregos até 2020, altura em que o país será capaz de produzir mais de 60 por cento da sua electricidade através de energia limpa.

Tudo isto não é, no entanto, suficiente para estimular um povo que assiste a um péssimo desempenho da economia ano após ano. As previsões económicas para este ano, actualizadas ontem pela União Europeia, apontam para um défice orçamental de 6,5 por cento e uma taxa de desemprego superior a 9 por cento, valores que sobem para 6,7 por cento e 9,8 por cento respectivamente em 2010.

Para piorar a situação, o país teve, durante a última década, um crescimento muito abaixo da média europeia: longe de uma aproximação aos países de referência, Portugal já foi ultrapassado por todos os países da Europa.

Segundo o jornal inglês, os problemas do país são, na sua génese, domésticos e não globais. Assim, para melhorar o seu desempenho, Portugal precisaria de leis do trabalho mais flexíveis, menos burocracia, uma força de trabalho mais qualificada e maior competitividade. Não obstante todos os problemas, segundo a mesma publicação, José Sócrates vai continuar no poder ainda que venha a perder a maioria absoluta.

O actual primeiro-ministro também tem as suas razões para não estar feliz. O “Caso Freeport”, escândalo de corrupção no licenciamento de um centro comercial na altura em que Sócrates era Ministro do Ambiente, teve igualmente as suas repercussões nos índices de intenção de voto. A morosidade da investigação, iniciada em 2005, é, para o The Economist, mais um problema do país – a ineficácia e os atrasos do sistema judicial português.

por José Miguel Almeida, no JN,Economia

terça-feira, 5 de maio de 2009

Todos,menos este!

“Está criado o primeiro pressuposto, que é óbvio que não é só este”, revelou Dias Ferreira, explicando desde logo que "há apoios" dos quais não poderá prescindir.
"Não estou preocupado em contar espingardas. Interessam-me determinados apoios, com os quais tenho de negociar, com os quais temos de assinar este acordo de reestruturação financeira", insistiu.

Sublinhando, por diversas vezes, o apoio ao projecto do actual presidente -
“Estou absolutamente de acordo com a linha de Filipe Soares Franco e não vejo outra solução” -, Dias Ferreira falou numa "candidatura de continuidade", ainda que com um estilo diferente do do actual líder leonino. "Neste momento, fica em aberto a disponibilidade para uma candidatura", concluiu.

Só pode ser a brincar. Não tem estatuto para o cargo. É um desbocado,e de certeza, só vai enterrar, e dividir, ainda mais o S.C.P.
Penso que esta candidatura, não tem pernas para andar, mas depois de lá ter visto o Santana "Dandy" Lopes, é de esperar tudo e mais alguma coisa.
Isto sem pôr em causa, o Sportinguismo do distinto advogado. Diria mais o seu fanatismo, Sportinguista. Este é um dos tálibãs, lá da tertúlia, e não percebe nada de gestão.Só irá acirrar os ânimos, e criar novas frentes de desestabilização.
Dias Ferrira, NUNCA.
Já chega a mana.

segunda-feira, 4 de maio de 2009

Carta Aberta Às Vítimas Do Genocidio Social De 2009

Gostos não se discutem e sendo eu um homem a viver no centro do país sinto-me mais seduzido pelo verde do norte do que pela aridez amarelecida do sul. Sem preconceitos, opto pela rudez das paisagens, pelo esforço das suas gentes em trabalhar a terra nas íngremes encostas das serras, tanto em Invernos gelados como na canícula do Verão e, sobretudo, pela franqueza da linguagem que não deixa dúvidas nem supõe adornos metafóricos. São directos, incisivos e desprezam a sensibilidade puritana dos ouvidos de quem não os compreende.

Quem passar uma manhã pelo mercado do Bolhão sabe a que me refiro.
O permanente alarido de vozes, recheado de expressões do mais puro calão da língua portuguesa atinge o incauto e desprevenido passante como setas disparadas em todas as direcções, na desfesa do reduto que lhes dá esse direito. O direito à diferença.
Das bancas de pedra do peixe aos frescos lugares de venda de frutas e hortaliças até às coloridas estantes de flores, ressoam ordens: anda cá meu cabrão!; ecoam mandamentos: vai-te foder homem de Deus!; exprimem-se desejos: e se fosses pró caralho ?; confirmam-se sentenças: puta que te pariu!
Contudo, este calão tabernáculo, analisado sem falsos pruridos de infestada moralidade que amiúde lavra pela sacristia, faz todo o sentido. Outros diálogos naquele filme seriam legendas trocadas.

Grassa por esse mundo fora uma onda de revolta sem paralelo desde os promórdios dos tempos e, para classificar o tsunami, cujo fim ninguém se apresenta para congeminar, deparamos com toda a ordem de adjectivos que pretendem qualificar, explicar e demonstrar o que para todos os desgraçados, varridos como destroços de praia em praia, em busca de porto seguro, é por demais evidente: estamos fodidos !
Podia escrever esta carta aberta com outro estado de espírito, outra linguagem, talvez até tentando desmontar as causas da nefasta situação, recorrendo às axiomáticas verdades dos deuses que ao longo dos séculos peroraram sobre : a ganância dos banqueiros, a avareza das elites e dos empresários, testemunhada na falta de escrúpulos, de carácter e da indiferença pela miséria alheia, o nepotismo dos governos, a inconsciência tresloucada dos gurus da finança, as seitas secretas que conspiram nas catacumbas do poder, o Vaticano e a própria Igreja tão afins de sinecuras e mordomias e por último, mas não menos importante, sobre o próprio Homem e da sua cada vez menor apetência pelas causas alheias.

Poderia até recorrer aos filósofos que, desde Séneca até aos nossos dias, mais coisa menos coisa, nos andam a dizer “ eu bem os avisei”. Dava um saltinho à Net, recolhia dados, compunha um ramalhete de sonantes vulgaridades sem me preocupar com o contexto e reproduzia aqui a minha sapiência de vão de escada, com o fim de intelectualizar e enriquecer os meus propósitos. Ficava bonito e emoldurava.
Mas prefiro o Bolhão.
Neste particular momento das nossas vidas – perdôem-me o arrojo de os incluir solidariamente nesta jornada maldita – em que milhares e milhares de concidadãos atravessam o deserto da esperança na perspectiva de ficarem desempregados e a serem condenados às galés sub-humanas do respeito e da dignidade, não serão concerteza “os paninhos quentes” das filosofias, por muito apropriadas que sejam, a transmitir-lhes o ânimo e a coragem necessária para enfrentarem os dias negros que se avizinham.

Vamos pois ao vernáculo.
Há dezenas de anos que a sociedade portuguesa se vinha fracturando em dois pólos distintos: orla e interior. Devidamente apadrinhada por gerações de políticos néscios, preversos e incapazes – verdadeiros filhos da puta – assistiu-se à debandada consentida e apoiada de milhões de cidadãos do interior para as margens das grandes cidades – o centro era para ricos advogados, engalanados escritórios, glamorosas lojas de desperdício de luxo, hotéis “de charme”, magníficos estádios, condomínios fechados e abandonados bairros históricos a cairem de podre, (as casas e as pessoas) – sem que houvesse por parte da corja assalariada com os nossos impostos, a menor tentativa de contrariar a tendência. Lá muito de vez em quando, aparecia um empolgante discurso sobre a necessidade de “encurtar as assimetrias” que em bom português significava : o interior que se fodesse. Na realidade, acontecia fecharem-se escolas, hospitais, centros de saúde, esquadras de polícia, empresas, fábricas, tudo em nome de um “desenvolvimento sustentado” que, como podemos constatar, deu óptimos resultados.

Chegados aqui, é fácil de perceber o seguinte: quem mais vai sofrer com a actual situação são precisamente aqueles a quem acenaram com os “eldorados” nas grandes cidades face à escassez de investimento no interior, cidadãos que vivem no presente empilhados em gaiolas de construção rasca, bairros terceiro-mundistas, sem recursos ou alternativas, sem emprego, sem dinheiro para pagar o crédito de casas que não valem um terço do seu custo, ou a prestação do carro que eram obrigados a possuir, mais o infantário onde “recolhiam” a prole enquanto vergavam a mola e por último, o espectro de ter de recorrer à assistência social para poder alimentar a família. É um quadro criminoso, deplorável e injusto? É.
Com o horizonte pintado a negro que alternativa têem ?

É também verdade que a necessidade aguça o engenho e por ironia do destino, talvez seja o momento de finalmente se assistir ao regresso dos “enganados” para um mundo que já foi deles, dos pais e dos avós e que de forma inequívoca os pode acarinhar nessa aventura.
Não há dignidade humana que resista à carência de bens essenciais como o emprego, a educação, a saúde e, digo eu, ao desespero da fome. São direitos constitucionais. E são precisamente esses que se volatizam nos tempos que correm.
Ocorre-me por isso pensar, que talvez seja a altura certa para as autarquias do interior, bem como instituições sociais já no terreno, terem uma palavra a dizer no apoio a quem queira ponderar o regresso.

Porque não criarem programas que ajudem a recuperar as velhas casas das aldeias, muitas delas já sem dono e em risco de colapso, cobrando rendas simbólicas que serviriam para dignificar o processo? Os gabinetes de arquitectura e os serviços técnicos seriam uma mais valia nesse processo. Porque não o incentivo – a custo zero - à instalação de empresas familiares através de pequenos parques de negócios ou zonas demarcadas para o efeito devidamente infraestruturados. Às familias que se instalem e em condições de risco, poderia ser atribuído um cabaz alimentar mensal durante um certo período de tempo. Em contrapartida, porque não, esses novos colonos explorarem ou associarem as terras que ainda possuem, há anos ao abandono e que apenas aguardam o doce afagar de um tractor que lhes revolvam as entranhas e lhes dê de novo sentido ? E o recurso às hortas que fornecem as vitaminas e a saúde, os galinheiros a carne e os ovos, o porco que sustenta o inverno, a vaca cujo leite calcifica os ossos, a água que o poço guarda, a ovelha que agasalha e o tempo que ainda corre devagar a mando do sol.

Não há muito, 6o% dos portugueses vivia assim. E criaram filhos e netos. Sem abundância é certo, alguns com dificuldades, mas com o carácter e a dignidade intactos. É sobretudo disso que se trata.
Como é sabido, a agricultura biológica tem hoje uma aceitação cada vez maior por parte dos consumidores e, também por aí, se perspectivam novos horizontes.
Porque não reaprenderem a trabalhar a madeira e o ferro, fabricar os próprios utensílios, improvisar, recriar, fazer o pão e o vinho, colher a lenha que aquece as noites frias prevenindo assim os incêndios de verão. E o azeite, esse salutar e secular prodígio dos nossos campos. Afinal porque se abandonou tudo isto? Por um mal amanhado T2 numa qualquer periferia citadina? Por uns trocados que se esgotavam a meio do mês? Por uma vida de ânsia e correria às cinco da manhã para filas intermináveis de qualquer posto de saúde com fortes probabilidades de não ter médico ? Pela educação dos filhos cujos canudos apenas lhes permitem engrossar as infindáveis listas de candidatos ao primeiro emprego? Para estar perto dos acontecimentos lúdicos e culturais sem dinheiro, paciência ou tempo para os frequentar? Para se deprimirem e gastar o pouco que resta em consultas e farmácias ? Para envelhecer em bancos de jardim? Para comer a merda que se vende nas lusidias “grandes superfícies”? Para finalmente serem despejados em lares de esquecimento e solidão? Porquê afinal ?.

Porque não voltar a cantar e a dançar nos ranchos, a tocar nas bandas da terra, a recuperar tradições, essas sim, um depósito inesgotável de riqueza comunitária e de cultura. Por alguma razão, os que se lembram desses tempos o recordam com saudade. Tinham a virtude de serem originais, verdadeiros, únicos. Uniam em vez de apartarem. Davam sentido à vida na sua exuberante simplicidade. Aproximavam as famílias. Solidarizavam a comunidade. Acudia-se às desgraças colectivas ou individuais com a bondade de espírito de quem compreendia que a vida é um campo de obstáculos a ser vencido. Havia querelas, desavenças, por vezes lutas, claro que sim! Mas não existe a perfeição. Apenas homens e mulheres com todos os defeitos e qualidades inerentes.

È um risco voltar à terra. Claro que é. Mas é também um desafio. E para aqueles que hoje nada têm, porque lhes sonegaram tudo, poderá ser um caminho, uma alternativa, uma esperança.
E de que abdicariam afinal.?
As chamadas sociedades civilizadas, ditas ocidentais e para nós a Europa, é hoje em dia composta por gente que se atropela por um lugar, mente por um ideal, vigariza por objectivos, destroi por ignorância, porque viciada numa ordem caduca de tratados obsoletos, estatísticas convenientes, cimeiras de deboche, que se reflectem no espelho baço, opaco mesmo, da democracia.
Acrescem a este pântano de merda, famintos banqueiros, especuladores de ocasião, investidores de casino que, como é diariamente confirmado, não passam de agiotas encartados, aves de rapina insaciáveis, cuja desmesurada ganância mergulhou o mundo na maior tragédia de que há memória. Pomposa e cinicamente apoiados por todos, mesmo todos, os governos. Por isso a Islândia faliu e nós, à porta estamos.

È este o circo para cuja entrada muitos pagaram e pagam com o desespero, a angústia, a derrota e por fim a miséria.
Procurar na terra uma saída para não ser comido vivo pelo sistema não será tarefa fácil.
É necessário cortar o mal pela raíz e extirpar de dentro de si e na medida do que o bom senso aconselhar, todo o lixo tóxico com que foi envenenado nestas últimas décadas.
Mande foder os banqueiros, os usurários, e todos aqueles que têm as mãos metidas nos seus bolsos. Não compre casa: alugue. Não compre carro se não tiver dinheiro. Não compre terra: arrende. Limpe solenemente o cú aos jornais nacionais cuja subserviência indecorosa aos grupos económicas tresanda a esgoto. Apague de vez a televisão e transforme-a num aquário. Verá o quanto beneficia da tranquilidade repousante do objecto face à actual estridência repugnante do som bem como o alívio que sentirá pelo facto de nunca mais ter de ver palhaços com cara de gente. Desfaça-se do computador e sobretudo da Net. É cara dá cabo dos olhos e é onde o seu filho passa o tempo a ver pornografia. Como se não bastasse, a ruína do sistema financeiro mundial passou todo, ou quase todo por ela.

Mande definitivamente cagar os partidos. Esqueça o voto. Se é tentado por participações em feiras do género, contente-se em eleger o Presidente de Junta e em caso de extremo fervor cívico, o da Câmara. Para estudar os seus filhos têm as escolas profissionais que pelo menos lhes garantem a “enxada”. Há quem queira ser pastor toda a vida. Ou carpinteiro. Ou mecânico Ou electricista. Ou pescador. Ou agricultor. Ou hortelão. Ou padeiro. Ou canalizador. Ou pedreiro. (Um dos meus melhores amigos é pedreiro desde os 10 anos. Tem sessenta. O pai pedreiro foi. È um homem bom. Honrado. Digno. Criou dois filhos. Vive numa aldeia.). Será que temos todos de ser doutores? Assine os jornais da sua terra porque eles falam de si e dos seus problemas. Falam de coisas concretas e não de encomendadas ficções. Se gosta de futebol sem batota, apitos comprados e jogadores tatuados formados nas escolas de cabeleireiros, revestidos a gel e vocacionados para passagens de modelos, discotecas e casas de putas, então apoie o clube local, vibre com os seus, mesmo nas derrotas. Porque são os seus.

E depois, nos serões que voltam a ser da família, experimente a sensação do silêncio repousante enquanto o lume crepita na velha lareira e, finalmente, no tempo que é todo seu, leia o livro que a vida desaustinada nunca permitiu.
Por fim, pese as diferenças e facilmente chegará à conclusão que essa mesma vida de escravidão para a qual tinha sido assediado, não valia um caralho.
É simples. Só precisa de coragem e “mandá-los foder a todos”.

P/s - Consegui escrever esta carta, sem nunca mencionar essa ficção que insistem em apelidar de crise.
Faço-me entender ?

Jorge Moita Fazenda - In/Jornal Torrejano Março/2009

domingo, 3 de maio de 2009

Os carteiristas do 28

Nas paragens do eléctrico 28, carteiristas e turistas confundem-se. Vimo-los em acção, a gamar os 'guiros' e a fugir à 'bófia'. Mas a vida está difícil até para os 'mãos leves'.
Reportagem de Hugo Franco e fotografias de José Ventura. Lêr Aqui.

A Felicidade

O João Pereira Coutinho, escreveu, o Gonzaga Coutinho, leu e aconselhou a leitura e a meditação. Aproveitemos.

"Não tenho filhos e tremo só de pensar. Os exemplos que vejo em volta não aconselham temeridades. Hordas de amigos constituem as respectivas proles e, apesar da benesse, não levam vidas descansadas. Pelo contrário: estão invariavelmente mergulhados numa angústia e numa ansiedade de contornos particularmente patológicos. Percebo porquê. Há cem ou duzentos anos, a vida dependia do berço, da posição social e da fortuna familiar. Hoje, não. A criança nasce, não numa família mas numa pista de atletismo, com as barreiras da praxe: jardim-escola aos três, natação aos quatro, lições de piano aos cinco, escola aos seis,e um exército de professores, explicadores,
educadores e psicólogos,como se a criança fosse um potro de competição.

Eis a ideologia criminosa que se instalou definitivamente nas sociedades modernas: a vida não é para ser vivida - mas construída com sucessos pessoais e profissionais, uns atrás dos outros, em progressão geométrica para o infinito. É preciso o emprego de sonho, a casa de sonho, o maridinho de sonho, os amigos de sonho, as férias de sonho,os restaurantes de sonho.

Não admira que, até 2020, um terço da população mundial esteja a mamar forte no Prozac. É a velha história da cenoura e do burro: quanto mais temos, mais queremos. Quanto mais queremos, mais desesperamos. A meritocracia gera uma insatisfação insaciável que acabará por arrasar o mais leve traço de humanidade. O que não deixa de ser uma lástima.

Se as pessoas voltassem a ler os clássicos, sobretudo Montaigne,saberiam que o fim último da vida não é a excelência, mas sim a felicidade”

J. Pereira Coutinho (jornalista)

sábado, 2 de maio de 2009

Alberto João Jardim gastou em viagens "secretas" meio milhão de euros em 2008

Ele insulta, tudo e todos, diz que o "contenente", explora a Madeira, chama "deputados cachorros" aos integrantes da bancada do PS, ou seja, atira em tudo que mexe, cá deste lado.
E o Presidente da Republica, cala-se...o Governo, cala-se..., e o povinho, espanta-se.
Como é possível este senhor andar a gastar o dinheiro do erário publico, sem haver uma tomada de posição, por parte do Governo, ou do Presidente da Republica?
Quem tem medo de Alberto João Jardim?...ora aqui está um bom titulo para mais um filme do nosso Manoel Oliveira...sim, porque isto só pode ser um filme. Ou então,somos todos uns bananas...contenentais.

"O presidente do Governo Regional da Madeira gastou em 2008 mais de meio milhão de euros em viagens, todas classificadas de “secretas”. Este montante representa mais de um quarto do orçamento da presidência do executivo, que não tem qualquer despesa de investimento.

O recurso sistemático àquela classificação das viagens, cuja execução de fornecimento envolve “medidas especiais de segurança”, é criticada pelo Tribunal de Contas. No relatório n.º 1/2009 da auditoria ao gabinete de Alberto João Jardim, a secção regional do TC conclui que esse procedimento “indicia uma aplicação tendencialmente constante da excepção prevista” no Decreto-lei 197/99, “passível de a transformar em regra”.

Na totalidade dos 20 processos de aquisição de serviços auditados, Jardim subsumiu as correspondentes despesas na excepcional classificação de secretas que, segundo a lei, “deve ser reconhecida em despacho do respectivo ministro”.
Por: Tolentino de Nóbrega, no Publico

O 1º de Maio, foi mesmo um dia de luta. Entre democratas.

O dia de ontem , foi efectivamente um dia de luta.
Luta entre "democratas"...

Vital Moreira, terá tido tratamento igual ao de Miguel de Vasconcelos, no 1º de Dezembro de 1640, levando, entre safanões e garrafas de água, os epítetos de, cobarde, traidor e tudo o mais que veio á cabeça de alguns "democratas", que participavam na manifestação da CGTP/PCP.

Estranha, no mínimo, a forma como estes militantes da CGTP/PCP, praticam a democracia.

O Paulo Moura, descreveu o incidente assim, no Público de hoje:

"Vital Moreira, cabeça de lista do PS às eleições europeias, desce a avenida, no sentido contrário ao da manifestação do Primeiro de Maio. Acabou de cumprimentar os dirigentes da CGTP e dirige-se ao Martim Moniz, acompanhado por Vitor Ramalho e Ana Gomes. Um grupo corre em direcção a ele. “Traidor! Cabrão!”, gritam.

Outros manifestantes aproximam-se, curiosos, apertando o grupo provocador contra a comitiva socialista. Há encontrões. Ana Gomes é empurrada, água é lançada sobre Vital. “Traíste o povo, filho da p. Avô Cantigas! Traidor! Traidor!” Aperta-se o cerco à volta do candidato, que quer responder aos manifestantes, sempre com um sorriso. Mas Vitor Ramalho puxa-o. “Ele é um provocador, não tinha nada que vir aqui”, comenta Jorge, que vem ao Primeiro de Maio como quem vai a Fátima.

Mas uma jovem vem lançada, a correr, aos gritos. Precipita-se sobre o grupo que cerca Vital Moreira. “Párem! Não façam isso! A democracia é de todos!”, brada Ana Rosa para os manifestantes que já estão em cima do socialista, numa embriaguês de violência. Todos se voltam, subitamente domados pela veemência da rapariga. Ana Rosa consegue chegar a Vital Moreira. “Quero pedir desculpa”.
Continuar leitura aqui...

sexta-feira, 1 de maio de 2009

1ºMaio - Um pouco de História

Em 1886, realizou-se uma manifestação de trabalhadores nas ruas de Chicago nos Estados Unidos da América.
Essa manifestação tinha como finalidade reivindicar a redução da jornada de trabalho para 8 horas diárias e teve a participação de milhares de pessoas, que nesse dia, iniciaram uma greve geral nos EUA .

No dia 3 de Maio, houve um pequeno protesto de um grupo de trabalhadores, que acabou com uma escaramuça com a polícia e com a morte de alguns manifestantes.

No dia seguinte, 4 de Maio, uma nova manifestação foi organizada como protesto pelos acontecimentos dos dias anteriores, tendo terminado com o lançamento de uma bomba por desconhecidos para o meio dos policiais que começavam a dispersar os manifestantes, matando sete agentes da autoridade. A polícia abriu então fogo sobre a multidão, matando doze pessoas e ferindo dezenas de manifestantes.

Estes acontecimentos passaram a ser conhecidos como a Revolta de Haymarket.

Três anos mais tarde, a 20 de Junho de 1889, a segunda Internacional Socialista reunida em Paris decidiu por proposta de Raymond Lavigne convocar anualmente uma manifestação com o objectivo de lutar pelas 8 horas de trabalho diário.

A data escolhida foi o 1º de Maio, como homenagem às lutas sindicais, que se haviam realizado nos USA, em Chicago.

No 1º de Maio de 1891, uma manifestação no norte de França é dispersada pela polícia, tendo como consequência, a morte de dez manifestantes. Esta nova confrontação entre trabalhadores e autoridades, serve para dar força á luta, e o dia passa a ser encrdo, como um dia de luta dos trabalhadores.

Alguns meses depois, a Internacional Socialista de Bruxelas, proclama o 1º de Maio como dia internacional de reivindicação das condições laborais.

Em 23 de Abril de 1919 o senado francês ratifica o dia de 8 horas de trabalho, e proclama o 1º de Maio desse ano, feriado.

Em 1920 a Rússia adopta o 1º de Maio como feriado nacional, e este exemplo é seguido por muitos outros países.

Apesar de até hoje os americanos se negarem a reconhecer essa data como sendo o Dia do Trabalhador, em 1890 a luta dos trabalhadores conseguiu que o Congresso aprovasse que a jornada de trabalho fosse reduzida de 16 para 8 horas diárias.

Dia do Trabalhador em Portugal

Em Portugal, só a partir de Maio de 1974, é que se voltou a comemorar livremente o 1º de Maio, e este passou a ser feriado nacional.
Durante a ditadura do Estado Novo, as comemorações eram reprimidas pela polícia, e proibida, toda e qualquer tipo de manifestação popular.
Hoje, o dia mundial dos trabalhadores, é comemorado por todo o país, com manifestações, comícios e festas de carácter reivindicativo.